12 Julho 2024, Sexta-feira

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João Afonso ataca Marina Birrento com ideologia de género

João Afonso ataca Marina Birrento com ideologia de género

João Afonso ataca Marina Birrento com ideologia de género

Atribuição de pelouro da Educação contestada. Social-democrata diz que a socialista é ‘activista radical’. Presidente Clara Silva e vereadora dizem defender outra coisa: identidade de género

João Afonso, vereador do PSD, considera que a nova vereadora socialista Marina Birrento “não tem condições políticas” para estar à frente do pelouro da Educação. E acusou, na reunião pública do executivo de quarta-feira passada, a autarca de ser uma “activista radical da ideologia de género”, o que, adiantou o social-democrata ao citar alguma bibliografia especializada, coloca em causa “a saúde mental das crianças”.

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“A ideologia de género tem a ver com uma tribo de radicais que proliferam pelo mundo… consideram que cada um de nós define o seu género sexual de acordo com a sua própria vontade e que nada disto tem a ver com a dimensão biológica”, disse o vereador do partido laranja, que contestou depois a atribuição do pelouro da Educação à socialista. “A senhora não tem condições para ser vereadora da Educação. A senhora pensa aquilo que põe em causa a saúde mental das crianças do Montijo”, atirou.

A questão acabou por marcar o período antes da ordem do dia e foi Maria Clara Silva, presidente da Câmara, quem primeiro reagiu às considerações do social-democrata, mas focando-se sempre em identidade e não em ideologia de género. “O direito à identidade de género não é uma teoria de activistas radicais. É uma questão que está na lei portuguesa. É uma igualdade de oportunidades que se pretende, não aquilo que para aí disse”, retorquiu a líder do executivo, ao mesmo tempo que sublinhou que as casas-de-banho mistas estão plasmadas na lei.

“Vem aqui dizer que [Marina Birrento] não tem competência para ser vereadora da Educação, mas quem é o senhor para atribuir competências a quem quer que seja para ser aquilo que for?”, disparou Clara Silva.

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Vereadora diz não existir ideologia de género
O vereador do PSD foi depois aconselhado por Marina Birrento a ler a “Estratégia para a Igualdade e a Não Discriminação (ENIND)”, que a socialista lembrou ter ajudado a implementar. E contra-atacou: “Fez uma grande confusão entre dois conceitos: o conceito sexo e o conceito género. O conceito de ideologia de género não existe, foi criado por grupos contra as políticas de promoção aos direitos humanos e aos direitos entre pessoas do mesmo sexo. As pessoas do Chega é que utilizam a expressão ideologia de género. Vá estudar e posicione-se, se é ou não do Chega. Esse discurso cola-se ao Chega e não ao PSD”.

Marina Birrento reforçou ainda que a ideologia de género é uma narrativa usada para “tentar ganhar moralidade, num discurso patriarcal e paternalista até, para dizer que as pessoas têm apenas e só dois sexos”. “Pois bem, a ciência diz que já são oito [sexos]”, vincou a socialista, com João Afonso a defender ser “completamente a favor da igualdade de género, da igualdade entre homens e mulheres e de oportunidades”. “Mas os senhores misturaram tudo e fizeram uma coisa que é ideologia de género, que é a radicalização”, insistiu o social-democrata.

À margem da sessão, ontem, a comissão política do Montijo do PSD, que é presidida por João Afonso, reiterou em comunicado que a designação de Marina Birrento para o pelouro da Educação “atenta contra os direitos das crianças e jovens do Montijo”. E estendeu as críticas aos socialistas locais. “O PS do Montijo está entregue a um grupo de radicais que pretende desestruturar a nossa sociedade e os seus principais valores, tentando para o efeito sexualizar e doutrinar as nossas crianças e jovens.”

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“A referida vereadora acredita que não há homens e mulheres, mas sim seres que a cada momento, por vontade e impulso próprio, auto-determinam o seu género sexual. Defende, nas escolas públicas do Montijo, a existência de casas-de-banho comuns para raparigas e rapazes. Tentará pôr em prática políticas públicas que retiram aos pais e famílias o direito de educarem os seus filhos, substituindo o papel da família pela escola pública intrusiva controlada por uma tribo de radicais da ideologia de género”, concluem os social-democratas no documento.

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