Sara Gligó da Fectrans diz que, por parte da empresa, não houve qualquer tentativa de aproximação às revindicações dos trabalhadores
Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST) cumprem esta terça-feira mais um dia de greve por aumentos salariais de, no mínimo, 80 euros e uma actualização do subsídio de refeição para 9,60 euros.
A Transportes Sul do Tejo, com cerca de 900 trabalhadores, opera na zona 3 da Carris Metropolitana de Lisboa, que abrange os concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra.
Segundo revelou hoje à agência Lusa Sara Gligó, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), por parte da empresa não houve qualquer tentativa de aproximação às revindicações dos trabalhadores desde a última greve, no dia 28 de Maio.
“A empresa considera que os valores que nos apresentou na sua última proposta são aqueles que têm condições para cumprir”, disse Sara Gligó, adiantando que, se entretanto não houver qualquer evolução por parte da administração da TST, haverá mais dois dias greve, em 5 e 25 de Julho.
De acordo com a sindicalista, a empresa manifestou disponibilidade para aplicar 5,89% de aumento em 2024, com um mínimo de aumento de 60 euros, e um aumento do subsídio de refeição para 7,30 euros, valores que continuam aquém das revindicações dos trabalhadores.
A empresa terá ainda manifestado disponibilidade para igualar em 31 de Dezembro os salários dos trabalhadores da TST aos ordenados praticados pela empresa Alsa Todi (que opera nos concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal), para que os trabalhadores da península de Setúbal fiquem com os salários nivelados.
TST regista adesão de 47% à greve de hoje, sindicatos falam em mais de 70%
A adesão à greve que decorre hoje na transportadora rodoviária de passageiros Transportes Sul do Tejo (TST) é de 70% a 75% segundo fonte sindical e de 47% de acordo com a empresa..
Fonte da transportadora disse à agência Lusa que a TST já aplicou, no passado mês de Abril, com retroactivos a Janeiro, um aumento salarial de 5,89%, e que “não há condições financeiras para corresponder às reivindicações dos trabalhadores, nem quanto ao aumento salarial de 80 euros nem quanto à actualização do subsídio de refeição para 9,60 euros”.
Numa comunicação interna a que a agência Lusa teve acesso, a TST alega justamente que “não tem disponibilidade financeira para pagar mais do que os 60 euros que já deu à grande maioria dos trabalhadores”, mas diz estar “disponível para pagar os 60 euros de aumento mínimo, com retroactivos a Janeiro de 2024, a todos os trabalhadores que não alcançaram esse valor com o aumento dos 5,89%”.