26 Junho 2024, Quarta-feira

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Município destaca-se a nível nacional por estar entre os que mais reduziram as perdas de água

Município destaca-se a nível nacional por estar entre os que mais reduziram as perdas de água

Município destaca-se a nível nacional por estar entre os que mais reduziram as perdas de água

Num ano, em Portugal continental, desperdiçou-se um volume de água tratada que dava para encher quase 65 mil piscinas olímpicas

O Barreiro foi um dos cinco municípios – a par de Alcácer do Sal, Palmela, Cuba e Penedono – que, em 2022, mais se destacaram a reduzir perdas de água na rede de abastecimento.

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Só nesse ano, em Portugal continental, foram desperdiçados ao longo da rede de distribuição 162 milhões de metros cúbicos de água tratada – volume que daria para encher 64 mil e 800 piscinas olímpicas (com 50 metros de comprimento por 25 de largura e uma profundidade de 2 metros) e que deixou de ser facturado pelo valor de 88 milhões de euros. E se recuarmos uma década o volume de água desperdiçada e não facturada traduz-se em cerca de 840 milhões de euros.

Os dados vão ser publicados na edição do próximo mês da Deco Proteste, com base em informação recolhida junto da Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR).

De acordo com a associação de defesa do consumidor, no comparativo de 2022 com 2021, são notadas algumas melhorias, mas apenas 161 dos 278 municípios que compõem Portugal continental conseguiram reduzir as perdas reais de água. Em 87 registou-se um aumento do desperdício. Sobram ainda 30 municípios, dos quais “20 não forneceram informação ao regulador” e sobre os restantes 10 “ainda não existem dados que permitam a comparação”, revela a Deco. “Entre os 161 municípios cujas perdas de água diminuíram percentualmente face ao ano anterior, os cinco que mais se destacam são Alcácer do Sal, Cuba, Palmela, Penedono e Barreiro”, salienta.

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Frederico Rosa, presidente da Câmara Municipal do Barreiro, não esconde satisfação por o município ombrear com os melhores no combate ao desperdício de água, mas admite que há muito caminho por percorrer.

“Ficamos satisfeitos com este ‘estudo’, mas também sabemos que ainda há muito para fazer. Temos remodelado muitos quilómetros de condutas, mas ainda temos muitos pela frente. Ainda hoje tivemos uma conduta que rebentou e toda a equipa de água e saneamento conseguiu resolver o problema em quatro horas. Isto é uma amostragem do dia-a-dia. Recebemos uma boa notícia, respiramos, mas logo a seguir temos de estar a intervir, porque não faltam situações destas, em que é preciso intervir”, faz notar o autarca, ao mesmo tempo que realça o “trabalho invisível” que tem vindo a ser executado.

“Hoje com esta rotura o hospital não foi afectado porque, em termos de planeamento, já se tinha feito um ‘bypass’ dedicado exclusivamente à unidade hospitalar. Temos feito um esforço muito grande em novas condutas de água. Sempre que há uma intervenção urbana, só a concebemos com a remodelação das infra-estruturas de água e saneamento”, vinca, antes de lembrar que o município está a “remodelar toda uma conduta em Coina, com cerca de 1 quilómetro”, e a realizar “dois novos furos de captação de água”.

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Presidente quer plano nacional
Frederico Rosa considera até que “devia existir um grande plano a nível nacional para a renovação de condutas, principalmente para as zonas urbanas, que apresentam maior densidade populacional”, face à dimensão deste tipo de investimentos, que ascendem a milhões de euros. Até porque, este “é um trabalho que não tem fim”, além de que grande parte destes projectos “não têm apoio comunitário”, reforça.

Depois, há algo que não se nota, mas que o edil diz ser fundamental: “Acabar com as estruturas unitárias, aquelas onde a água da chuva e o saneamento se misturam, seguindo tudo para a ETAR, com os contribuintes a pagarem por essa água da chuva.” E no Barreiro, garante, a situação tem vindo a ser acautelada. “Essas redes têm de ser separadas e isso tem sido um trabalho que temos feito em contínuo.”

Os dados agora revelados pela Deco e que vão estar em destaque no próximo número da revista desta associação merecem, de resto, o aplauso do presidente da autarquia. “Estes ‘estudos’ têm pelo menos o condão de trazer para cima da mesa esta temática, já que este é um investimento enorme que as pessoas não vêem”, conclui.

Ainda segundo a informação antecipada pela Deco, a rede de abastecimento de água “encontra-se actualmente envelhecida em 62% dos municípios” e em 70% a reabilitação é “insatisfatória” ou inexistente em “condutas com mais de 10 anos”. Entre os que mais reabilitam, em termos percentuais, estão “pequenos e médios concelhos, como Barreiro (ver caixa), Mora, e Marinha Grande, mas também Amadora e Oeiras, Viana do Alentejo e Portalegre”.

Intervenções Barreiro com boa avaliação na reabilitação de condutas

O Barreiro também está referenciado entre o grupo de 15 municípios, de pequena e média dimensão, mais bem avaliados na reabilitação de condutas efectuada em 2022. O estado da rede de abastecimento é “envelhecido” na esmagadora maioria destes municípios, segundo os dados revelados pela Deco com base em informação da ERSAR. Mas há duas excepções: a rede em Barreiro e Terras do Bouro está num estado considerado “estabilizado”. Em termos de perdas reais de água, o Barreiro tem boa avaliação, já que contabiliza 90 litros perdidos por ramal. Já no que diz respeito a avarias anuais em condutas por 100 quilómetros, o concelho barreirense registou 35 e recebe avaliação mediana.

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