17 Maio 2024, Sexta-feira

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Ministro chegou a pensar no aeroporto e abalou com mão cheia de recados dos suinicultores

Ministro chegou a pensar no aeroporto e abalou com mão cheia de recados dos suinicultores

Ministro chegou a pensar no aeroporto e abalou com mão cheia de recados dos suinicultores

José Manuel Fernandes inaugurou o certame e ouviu as preocupações dos profissionais de um sector que facturou 180 milhões em exportações

“A ruralidade ajuda à modernidade”. Esta foi uma das primeiras frases que o ministro da Agricultura e Pesca, José Manuel Fernandes, soltou ontem à chegada ao Parque de Exposições Acácio Dores, no Montijo, para inaugurar a Feira Nacional do Porco, certame que decorre até amanhã. Mais à frente, quando passava “revista” aos expositores na companhia de Nuno Canta e Fernando Pinto – que presidem, respectivamente, às câmaras de Montijo e Alcochete –, deteve-se no stand da Escola Profissional do Montijo (EPM) e olhou o futuro. “Têm de se preparar para começar a arranjar os motores dos aviões”, disse o governante para os jovens alunos dos cursos técnicos da EPM, numa clara alusão à vinda do aeroporto para o Campo de Tiro de Alcochete.

Mas ontem o “voo governamental” à região era destinado a outro sector, o da suinicultura. E, no final, ao “descolar” de regresso a casa, José Manuel Fernandes levava no bolso uma mão cheia de recados dos profissionais de um sector que, em 2023, contabilizou em exportações mais de 180 milhões de euros. Os desafios são preocupantes e obrigam a respostas urgentes, conforme alertou David Neves, presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS).

“O futuro impõe-nos produzir mais com menos. É necessário aumentar consideravelmente o limiar de apoio aos investimentos do PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum]”, começou por vincar o responsável da FPAS, para lembrar de seguida que mais de 80% da produção nacional neste sector está já hoje certificada. “Também aqui é importante garantir a versão financeira no âmbito dos eco-regimes, que possibilite no tempo certo o pagamento dos apoios aos suinicultores”, sublinhou.

Depois veio um apelo para apoio à construção do Centro Tecnológico da Suinicultura, que junta 41 parceiros da fileira e da academia e que vai nascer na Quinta do Bonito, na sequência de um protocolo entre a FPAS e o Instituto Politécnico de Santarém. Apelo seguido de nova chamada de atenção para o governante. A suinicultura quer ser “o primeiro interprofissional português a ver aprovada a sua norma de extensão”. E esse, frisou David Neves, é “um instrumento fundamental para a auto-regulação e o auto-financiamento da fileira, de forma a garantir a sua sustentabilidade”.

O recado mais inflamado ficou reservado para o fim. “É inaceitável o panorama que temos no País no que diz respeito ao licenciamento da actividade pecuária. Precisamos de uma urgente reforma estrutural no âmbito do licenciamento”, atirou o presidente da FPAS.

A resposta do ministro viria depois. “Nós vamos avançar para a simplificação. É necessário simplificar, licenciar e que nos deixemos de fundamentalismos”, afirmou o governante.

De permeio, interveio Nuno Canta que salientou a importância da produção de alimentos para o presente e o futuro. “É preciso que a suinicultura e a agricultura sejam novamente um factor de desenvolvimento do País”, considerou, antes de reforçar que a independência alimentar do nosso país é determinante para os desafios que se avizinham.

A Feira do Porco prossegue hoje e amanhã no Parque Acácio Dores. Esta noite, a Rádio Popular FM apresenta no palco da feira os artistas Luciana Abreu, Gaby Fernandes, Sónia Costa, Nuno Portugal e João Pereira.

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