Presidente da Concelhia do PS Alcochete diz que este órgão político não alimenta situações de desentendimento entre autarcas
A Assembleia de Freguesia de Samouco vai reunir-se, em sessão extraordinária, no sexta-feira 10 de Maio, com ponto único de debate, “substituição do presidente e da secretária da Junta de Freguesia, por renúncia, com a eleição dos vogais do executivo da junta”. A sessão está marcada para as 21h00, no Salão da Junta de Freguesia.
Os autarcas a serem substituídos são Leonel Fina, presidente deste órgão do poder local, e da secretária Clara Vila Cova, ambos eleitos pelo Partido Socialista, que se desentenderam, entraram em conflito, e trocaram acusações sobre supostas ilegalidades e falta de confiança. A situação terminou a renunciarem ao mandato.
“Não conseguiram resolver as suas questões e produzir para a população”, comenta Maria de Fátima Soares, presidente da Concelhia do PS Alcochete. “Não iriamos alimentar uma situação em que as pessoas não conseguem entender-se, quando se chega a este ponto, o PS não pode apoiar”, disse, ontem, a O SETUBALENSE.
Ainda ontem, a Concelhia socialista emitiu um comunicado onde dá nota que “nos últimos tempos tem sido recorrente o agudizar de conflitos pessoais e troca de acusações entre o sr. presidente da Junta de Freguesia do Samouco e a sra. secretária do executivo”, ou seja, Leonel Fina e Clara Vila Cova.
O mesmo documento refere que foram “desenvolvidos todos os esforços necessários e possíveis” para que as divergências “fossem ultrapassadas” e colocassem em causa o “trabalho desenvolvido em prol da Vila do Samouco e a sua população”.
O comunicado assinado por Maria de Fátima Soares, assume mesmo que o entendimento entre as duas partes “não possui retorno” e, desta forma, entende a Concelhia do PS Alcochete que “a única solução praticável é a concordância com as solicitações de renúncia ao mandato apresentadas pelos dois autarcas”.
Um dos nomes apontados para substituir Leonel Fina é Joel Rodrigues, que actualmente tem as funções de tesoureiro.
O desentendimento entre os dois eleitos socialistas, num executivo de três elementos, levou a CDU de Alcochete, oposição na Junta do Samouco, a usar a sua rede do Facebook para dizer que os acontecimentos “envergonham a população”.
Diz a coligação comunista que tem alertado os socialistas “para os maus actos de gestão, para as más acções do senhor presidente da junta e restante executivo, para a falta de transparência e desconhecimento de diversos assuntos que cabem ao executivo saber e esclarecer quando questionados”.
Por tudo isto, resume que o resultado tem sido a “incompetência e inexperiência que a CDU sempre apontou a este executivo desde a campanha para as eleições autárquicas em 2021”.
Mas as acusações da CDU não se ficam por aqui, e apontam que o executivo “desrespeita o direito à greve dos funcionários da Junta de Freguesia do Samouco, passando pela execução de medidas sem terem sido apresentadas, discutidas e votadas em assembleia”.