Números oficiais da adesão à greve convocada pelo STIAC não são conhecidos mas trabalhadores dizem que pode estar “perto dos 70/75%”
O secretário-geral da CGTP, afirmou esta sexta-feira que a contratação colectiva é uma das prioridades da central sindical face ao esmagamento de salários no sector das carnes, durante uma greve dos trabalhadores da fábrica da Izidoro, no Montijo.
“Temos aqui uma empresa e um sector que denunciou a contratação colectiva e, fruto dessa denúncia, temos assistido a um esmagamento completo dos salários e à retirada de direitos aos trabalhadores no sector das carnes”, disse à Lusa Tiago Oliveira, que se juntou ao protesto de dezenas de trabalhadores, que esta sexta-feira cumprem uma greve de 24 horas da fábrica de carnes Izidoro, no Montijo.
“Os trabalhadores, que tinham direito a determinados valores que estavam na contratação colectiva, agora, fruto da caducidade e das opções políticas que têm sido seguidas desde 2003, através de um ataque concreto à contratação colectiva, até o direito às diuturnidades lhes foi retirado”, acrescentou.
Tiago Oliveira garante que os trabalhadores “vão continuar a lutar pelos seus direitos”, mas não antevê facilidades com o novo Governo da AD.
“Basta olhar para aquilo que é o programa do Governo que refere mais de 170 vezes a palavra ‘empresas’ e só 30 vezes na palavra `trabalhadores´. Obviamente que se vê logo para que lado é que está a pender o programa do Governo”, disse, salientando ainda que, em relação aos trabalhadores, o Governo condiciona tudo a um “aumento da produtividade das empresas”.
Os números oficiais da adesão à greve convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Sectores Alimentar, Bebidas, Agricultura, Aquicultura, Pesca e Serviços (STIAC) na fábrica da Izidoro, ainda não são conhecidos, mas alguns trabalhadores admitem que poderá situar-se “perto dos 70/75%”.