Jurados consideraram que nenhuma das 559 obras era “suficientemente autónoma e madura” para ser distinguida
Na edição mais participada de sempre do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama, o júri não conseguiu encontrar um vencedor com “identidade poética” suficiente para ser distinguida com este prémio literário. Num comunicado a que O SETUBALENSE teve acesso, o painel de jurados informa os mais de quinhentos participantes que, após uma análise “cuidadosa e uma profunda reflexão”, não conseguiu premiar nenhuma das candidaturas.
“Desenvolvidos todos os esforços e após aturada ponderação, o júri decidiu não atribuir o Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama. Na opinião dos jurados, nenhuma das obras a concurso revelou uma identidade poética suficientemente autónoma e madura para ser distinguida com um prémio literário”, informa o painel de jurados, composto por Risoleta Pinto Pedro, Helder Moura Pereira e Sebastião Belfort Cerqueira.
Contactada por O SETUBALENSE, a Associação Cultural Sebastião da Gama confirmou que esta edição não teria vencedor, não adiantando as razões pelas quais o prémio não seria atribuído.
Provenientes de todo o mundo, foram mais de meio milhar as pessoas que submeteram obras literárias a concurso na 17.ª edição do Prémio Nacional de Poesia Sebastião da Gama. Esta edição do concurso, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal e pela Junta de Freguesia de Azeitão em parceria com a Associação Cultural Sebastião da Gama, tornou-se desta forma na mais participada de sempre.
A apresentação de candidaturas terminou a 30 de Setembro, sendo que durante este prazo foram submetidas 559 obras poéticas “originais, inéditas, redigidas em língua portuguesa e assinadas com pseudónimo”. A maioria dos textos apresentados foi proveniente de Portugal, Brasil e Moçambique.
As 559 obras que submeteram as candidaturas foram analisadas por um júri, que podia ter seleccionado uma obra vencedora. Ao autor vencedor seria atribuídos um prémio com o valor de 1500 euros e a publicação de 50 exemplares da obra, sendo que o júri poderia ainda sugerir até duas menções honrosas.
Aquando da revelação da participação recorde neste prémio, a autarquia sadina explicou que esta distinção destinar-se-ia a “acrescentar mais reconhecimento internacional” à obra de Sebastião da Gama, atribuindo um prémio a um autor português ou estrangeiro com mais de 18 anos.
A edilidade esclareceu na altura que, com esta iniciativa, de periodicidade bianual, pretendia “promover a criatividade na área da literatura, principalmente a poesia, e divulgar a obra do poeta e pedagogo natural de Azeitão, concelho de Setúbal”.