No passado dia 2 de Fevereiro de 2019, o Coro Setúbal Voz e a Companhia de Teatro O Bando assinaram um protocolo de colaboração, para a realização de espectáculos em conjunto.
Esta parceria foi formalmente estabelecida, tendo sido assinada por Rui Águas Trindade, em representação do Coro Setúbal Voz e por Miguel Jesus e João Brites, em representação do Bando.
O elo de ligação entre as duas instituições é o maestro Jorge Salgueiro.
O Bando é uma companhia de teatro profissional fundada em 1974 em Algés, por João Brites, Jaqueline Tison, Cândido Ferreira, Carmen Marques, Jorge Barbosa e Maria Janeiro.
Inicialmente a companhia foi pensada e estruturada em torno do teatro para a infância, conceito que visava combater a crescente tendência infantilizante da criança gerada pelos espectáculos da vertente do teatro infantil.
O Bando procurou alterar esse paradigma, colocando a criança como interventor directo, tal como tinha feito Ana de Castro Osório, décadas antes nos seus contos para a infância.
O Teatro o Bando adapta textos não-dramáticos para teatro tais como romances, poemas, textos de tradição oral, que sobem ao palco e compõem a base do trabalho dramatúrgico desta companhia.
O Teatro o Bando constitui-se como o grupo de teatro português que mais espectáculos encena, a partir de obras de autores de língua portuguesa, tais como: Gente Feliz com Lágrimas, a partir da obra homónima de João de Melo; Bichos, a partir da obra homónima de Miguel Torga; Gente Singular, a partir da obra homónima de Manuel Teixeira Gomes; Pino do Verão, a partir de poemas de Eugénio de Andrade; Ensaio sobre a Cegueira, a partir da obra homónima de José Saramago.
A primeira sede do Teatro O Bando foi em Sintra. De seguida, esteve sediado em Meleças, Marvila, Algés, Benfica, esteve 8 anos no Teatro da Comuna em Lisboa e de 1991 a 1999 teve sede própria na Estrela em Lisboa.
Desde 2000 que o Teatro O Bando está sediado em Palmela, mais concretamente no Vale dos Barris, situado em local privilegiado na encosta Sul da Serra do Louro, em pleno Parque Natural da Arrábida.
A Quinta onde estivemos é um local muito aprazível que se estende da estrada até ao cume da Serra, com uma área de 80 hectares.
O Teatro o Bando vive num ambiente bucólico entre oliveiras e rebanhos, ocupando dois pavilhões que eram antigas malhadas, reconvertidas em espaços diversos tais como escritório, camarins, oficinas, palcos interiores e exteriores e um caminho pedonal que ziguezagueia até ao topo da Serra que é conhecido por muitos caminhantes e onde no topo tem uma estação arqueológica muçulmana.
A 25 de Junho de 2010, a Presidência do Conselho de Ministros declarou a Cooperativa de Produção Artística Teatro Animação O Bando, C.R.L. como Entidade de Utilidade Pública, o que se me afigura um reconhecimento inteiramente justo.
Em alguns dos nossos ensaios, o Coro Setúbal Voz tem tido o privilégio de poder contar com a colaboração de Juliana Pinho que, com a sua extrema simplicidade, simpatia e competência profissional, tem procurado redefinir uma outra atitude e postura em palco que se afasta definitivamente dos modelos tradicionais de coros a que estávamos habituados, caracterizados por uma acentuada inexpressividade corporal.
No dia da assinatura do protocolo, os membros que compõem o Teatro O Bando, foram uns excelentes anfitriões, com a confecção de um magnífico repasto, onde a simpatia, informalidade, simplicidade e as “sobremesas artísticas” foram uma constante.
É para nós uma grande honra e um enorme privilégio podermos colaborar com uma companhia de teatro com a envergadura, o prestígio e a qualidade do Teatro O Bando.
Um grande Bem Hajam.