Antigo complexo industrial servirá para acolher Mercado Abastecedor de Setúbal, parque para camiões e serviços operacionais da autarquia
A Câmara de Setúbal está a preparar a compra do edifício Imapark, antigo complexo industrial nas Pontes, tendo aprovado ontem a proposta para obtenção de 4,4 milhões de euros, em leasing imobiliário, para financiar a aquisição.
O negócio, apresentado pelos vereadores da CDU Manuel Pisco e Carlos Rabaçal como uma “oportunidade” que surgiu na sequência das dificuldades financeiras do actual proprietário, é fundamentado com a necessidade que a autarquia tem de instalações para o Mercado Abastecedor de Setúbal, o parque para camiões TIR e para a expansão dos serviços operacionais.
Os vereadores da oposição, Paulo Lopes (PS) e Nuno Carvalho (PSD) consideraram que a proposta não fornecia informação suficiente e ainda solicitaram que fosse adiada para reunião posterior, mas a maioria não aceitou o pedido. A autorização para abertura de concurso público para o financiamento através de leasing foi aprovada pelos votos favoráveis da CDU, tendo a oposição votado contra.
Paulo Lopes considerou os 4,4 milhões de euros um “valor elevado” e apontou como informação em falta a estimativa de quanto custará a reabilitação do imóvel, tendo em conta que o espaço apresenta “questões pesadas”, como cobertura, saneamento, e instalação eléctrica.
“A Câmara compra livre de ónus?”, perguntou o vereador socialista recordando que no parque existem vários estabelecimentos, como uma escola de futebol.
Nuno Carvalho reforçou a ideia de que a proposta deveria ser melhor fundamentada.
Os eleitos comunistas recusaram-se a retirar a proposta mas deram mais informação.
Carlos Rabaçal, que começou por afirmar que a autarquia “resolve com facilidade” a questão com os actuais inquilino, argumentou que o novo espaço permitirá acolher o Mercado Abastecedor de Setúbal, que actualmente está no parque empresarial Internacional Sado onde a renda mensal ronda os 15 mil euros.
“Temos solicitações para alocar outras actividades, como cinema, e empresas que estão dispersas pelo concelho, em tecido urbano e que podem passar para este parque”, disse o vereador comunista.
Carla Guerreiro (CDU) acrescentou que a Câmara fez “várias tentativas” para comprar os pavilhões que o mercado abastecedor ocupa na Sado Internacional mas que “os valores eram exorbitantes, mais de metade do custo deste espaço”. De acordo com a eleita da CDU, a mudança para a IMAPARK vai permitir dar “melhores condições aos comerciantes” porque actualmente os valores pagos cobrem apenas a renda e a Câmara não pode fazer beneficiações no actual mercado porque reverteriam para o proprietário.
A presidente da autarquia, que chegou à reunião já na parte final da discussão desta proposta teve ainda tempo de justificar a compra do imóvel com a necessidade de espaço que a Câmara sente.
“Os problemas não vão ser resolvidos com o edifício EDP [que o município também decidiu adquiriu recentemente]. Precisamos de armazéns e de instalações para mercado abastecedor e parque TIR”, disse Dores Meira.