A manifestação realizada esta sexta-feira (25) no Seixal, em apoio aos moradores do Bairro da Jamaica, ficou pautada pelas palavras de ordem “direitos”, “igualdade” e “pacifismo”
Fotografias: Alex Gaspar
Frente à Câmara Municipal do Seixal, cerca de 150 pessoas manifestaram-se durante a tarde de sexta-feira, contra o que consideram ser a “forma intimidatória, racista e violenta” com a qual, alegadamente, a PSP actou junto de residentes do Bairro da Jamaica.
No mesmo dia, Dirce Noronha, membro da Associação de Moradores de Vale de Chícharos, em declarações a O SETUBALENSE-DIÁRIO DA REGIÃO afirmou que, “nem os moradores, nem a família Coxi, envolvida nos confrontos com a PSP no dia 21, pretendem marcar presença na manifestação”.
Dirce Noronha esclareceu ainda que, nem os moradores, nem família Coxi, estavam entre os “organizadores desta manifestação”, assim como “não instigaram quaisquer actos de violência que ocorreram ao longo da semana, como os conflitos após a manifestação frente ao MAI [Ministério da Administração Interna] e os actos de vandalismo em Setúbal e Lisboa”.
A manifestação seria, de facto, apenas organizada pelo grupo de cidadãos que nas redes sociais se identifica como “A Voz da Mãe Preta”, com um apelo claro ao pacifismo e respeito pelas indicações das autoridades presentes.
A organização frisou desde o primeiro momento que os manifestantes deveriam manter a calma em todos os momentos e “não fazer ameaças ou utilizar linguagem ofensiva contra os presentes”. Mantendo também “o respeito pela propriedade pública e privada por forma a evitar quaisquer actos de destruição ou danificação”.
Um apelo respeitado pelos manifestantes, que aproveitaram esta oportunidade para defender “nem menos, nem mais, direitos iguais”, frisando ainda a importância do pacifismo em sociedade.
Presentes estiveram também as deputadas do Bloco de Esquerda, Catarina Martins e Mariana Mortágua, assim como Mamadou Ba, assessor do mesmo partido.
As declarações de Mamadou Ba, contra a acção policial do dia 21 e as suas alegações sobre o racismo em Portugal e a presença de membros da extrema direita entre as Forças de Segurança, incendiaram a controvérsia no debate público em torno dos últimos acontecimentos. Entretanto, Mamadou Ba requereu proteção policial após receber ameaças de “membros da extrema direita”, segundo revelou à comunicação social.