Os quatro marcos mais relevantes na trajectória económica do território

Os quatro marcos mais relevantes na trajectória económica do território

Os quatro marcos mais relevantes na trajectória económica do território

Fábrica da Mundet e Base Aérea n.º 6 foram os mais determinantes, excluindo a Ponte Vasco da Gama que foi mais impactante

Ao longo dos últimos 170 anos, o concelho do Montijo teve vários momentos que marcaram de forma significativa a sua trajectória económica. Excluindo a construção da Ponte Vasco da Gama em 1998 – cuja relevância estrutural para o concelho é indiscutível –, destacam-se quatro acontecimentos particularmente relevantes, tanto a nível industrial como agrícola, infra-estrutural e institucional.
O primeiro desses marcos foi a inauguração do Ramal Ferroviário do Montijo em 1908, que estabeleceu uma ligação directa entre o Montijo e o Pinhal Novo. Esta infra-estrutura representou um salto na capacidade de escoamento de produtos agrícolas e industriais, como a cortiça, o vinho e os cereais, bem como no transporte de passageiros. O ramal contribuiu para a integração do concelho nas dinâmicas económicas regionais e nacionais, embora o seu impacto se tenha esbatido a partir das décadas finais do século XX, culminando com o encerramento ao tráfego de passageiros em 1989 e à circulação de mercadorias em 1996.
Mais determinante e duradouro foi o segundo acontecimento de grande relevância: a instalação da Fábrica de Cortiça Mundet, em 1923. Esta unidade industrial transformou radicalmente a economia do Montijo ao longo de grande parte do século XX, tornando-se a maior empregadora do concelho e um pilar da industrialização local. A Mundet não só contribuiu para a afirmação do Montijo como pólo corticeiro a nível nacional como também teve repercussões sociais e urbanas: estimulou o crescimento da vila, deu origem a bairros operários e consolidou uma classe trabalhadora activa e sindicalizada.

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Colonato de Pegões e BA6
Na década de 1950, surgiram dois novos vectores económicos com efeitos estruturais. Primeiro, a criação do Colonato Agrícola de Pegões, inserido na política de povoamento rural e modernização agrícola do Estado Novo. Este projecto implicou a fixação de centenas de famílias, a construção de infraestruturas (escolas, cantinas, capelas, adegas cooperativas) e a promoção de culturas como a vinha e os cereais. O impacto foi duradouro, tendo lançado as bases para o actual sucesso da vinicultura na região, onde os vinhos de Pegões se destacam pela qualidade e projecção internacional.
Em paralelo, destacou-se a Base Aérea n.º 6 (BA6), inaugurada em 1953. Não só trouxe consigo um elevado número de militares, técnicos e respectivas famílias como também gerou emprego, procura de habitação, serviços, comércio e educação. O seu impacto económico indirecto mantém-se até hoje, com efeitos positivos na estabilidade do emprego e na dinâmica local.
Em síntese, excluindo a Ponte Vasco da Gama, os acontecimentos mais relevantes no plano económico do concelho do Montijo foram a instalação da Fábrica Mundet, a criação do Ramal Ferroviário, o Colonato Agrícola de Pegões e a implantação da BA6. Cada um, à sua escala e no seu tempo, contribuiu para transformar o Montijo num território mais diversificado, conectado e desenvolvido.

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