“O Jornalismo, no seu pleno exercício, é livre e contribui para a própria Liberdade”
É habitual criar hierarquias de valores, palavras, atitudes e comportamentos. Desta hierarquia que muitas vezes construímos, quase involuntariamente, resulta a forma como nos relacionamos ou agimos em sociedade.
No entanto, quando somos expostos a três palavras como Jornalismo, Liberdade e Democracia a tentativa de hierarquizar torna-se verdadeiramente complexa.
As três palavras são, por si só, condição da plena existência das outras de forma a criar uma necessária interdependência de realização de uma sociedade plural e fortemente consolidada e reconhecida em cada um dos seus membros.
O Jornalismo, no seu pleno exercício, é livre e contribui para a própria Liberdade, de escolhas, de opinião fundada em factos e as sim torna-se um elemento chave da Democracia.
O princípio da liberdade só é verdadeiramente exercido na democracia enquanto sistema plural de tomadas de decisão com regras conhecidas e reconhecidas por todos, muitas vezes mediadas e
difundidas pelas boas praticas jornalísticas.
Jornalismo, Liberdade e Democracia são assim três vértices de um triangulo quase perfeito, quase porque nem toda a democracia é perfeita, nem toda a liberdade é plena e igualmente nem todo o jornalismo é democraticamente livre.
Basta que este triangulo se arraste por diferentes geografias para vermos cair algum ou alguns dos seus vértices e desta forma os restantes ou restante deixa de possuir significado bastante para ser considerado.
É, pois, imperativo que se mantenham juntos e que tudo façamos para que a sua abrangência se alar
gue e transforme positivamente a sociedade que todos exigimos, uma sociedade democrática, livre e com um jornalismo de visões plurais alicerçado nos factos e na verdade.
É a demostração de que esta é uma possibilidade válida que pode originar mudanças, evitar regressões e garantir progresso social.
A todos os que de uma forma mais directa, como no caso dos jornalistas, e a todos que de uma forma menos directa actuam quotidianamente no espaço da relação democrática e livre, o meu obrigado, por me fazerem pensar.
Presidente da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo
António Mestre