9 Agosto 2024, Sexta-feira

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Apenas dois meses de iniciativas deram a “beber” muito da Revolução dos Cravos

Apenas dois meses de iniciativas deram a “beber” muito da Revolução dos Cravos

Apenas dois meses de iniciativas deram a “beber” muito da Revolução dos Cravos

Os Capitães de Abril e o ex-presidente da Câmara Nuno Canta na Praça da República

Conferência com Capitães de Abril abriu programa. Exposições e um ciclo de filmes retrataram a época em profundidade

O programa de comemorações dos 50 anos do 25 de Abril no Montijo durou pouco mais de dois meses, mas deu a “beber” muito da história da libertação do País das amarras e da opressão da ditadura.

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De 16 de Março a 21 de Maio último – esta última data com significado especial local (ver caixa na pág. 139) –, autarquias, associações e artistas deram as mãos e proporcionaram um conjunto de iniciativas diversificadas, desde exposições, conferências, concertos musicais, teatro, acções literárias, culturais e desportivas, a somar a um ciclo de filmes alusivos aos períodos do Estado Novo e da Revolução dos Cravos e à inauguração de uma obra artística.

E o arranque das celebrações foi marcante, com a conferência “Conversas para a Liberdade” que juntou alguns dos Capitães de Abril na Galeria Municipal, para partilha de acontecimentos vividos nos 40 dias anteriores ao 25 de Abril de 1974. Carlos Maia Loureiro, Fernando Frederico, Carlos Carvalhão, Andrade da Silva, Victor Pássaro e José Ferra foram alguns dos participantes na iniciativa promovida pela Liga dos Combatentes/Núcleo do Montijo, em parceria com a Associação Salgueiro Maia, seguida da exposição de viaturas emblemáticas da época, na Praça da República.

Nos destaques da programação coube outra iniciativa “lançada” também a 16 de Março: a exposição da colecção “Biblioteca da Censura”, composta por 25 livros que foram alvo de intervenção censória durante o Estado Novo. A mostra esteve patente na Biblioteca Manuel Giraldes da Silva até 21 de Maio.

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O “grosso” dos momentos de maior relevo preparados para assinalarem meio século de Liberdade e quase tanto de Democracia teve lugar a 25 e 26 de Abril.

A inauguração da escultura “Uma Flor para o Montijo” no Apeadeiro de Sarilhos

Pela manhã de 25 foi inaugurada na zona ribeirinha da cidade a exposição de fotografia, da autoria de Fernando Rei da Silva, intitulada “Caminhos da Liberdade”. A mostra deu a conhecer ao público 25 momentos captados pela objectiva do montijense em Lisboa, no dia da Revolução dos Cravos. As imagens, históricas, integram o espólio que Fernando Rei da Silva ofereceu à Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva.

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Ainda durante o período matinal, o município inaugurou na Rotunda do Apeadeiro de Sarilhos uma obra artística: a escultura “Uma Flor para o Montijo” – que estava há muito prevista para o local, mas sem nunca ter sido anunciada como celebração a Abril (passou depois a sê-lo) –, da autoria do artista Tony Cassanelli, residente no concelho.

Momentos culturais

Além da sempre tradicional sessão solene evocativa de Abril com a participação dos partidos com assento na Assembleia Municipal (o CDS faltou à chamada…), as comemorações no próprio dia da Liberdade destacaram-se ainda por dois momentos culturais.

Primeiro, com o concerto comemorativo “Canções de Abril” a cargo da Orquestra de Cordas e de jovens alunos do Conservatório Regional de Artes do Montijo, que interpretaram vários temas de intervenção, na Praça Gomes Freire de Andrade.

Depois, com o Grupo de Música Contemporânea de Lisboa a subir ao palco da Casa da Música Jorge Peixinho – equipamento cultural que foi inaugurado precisamente um ano antes –, para uma actuação, também ela, alicerçada num reportório que teve presente o espírito de Abril.

Dois outros momentos de destaque da programação ficaram reservados para o dia seguinte: o lançamento de um livro de Banda Desenhada (BD), ao final da tarde, e o habitual espectáculo artístico, à noite, com que o município sempre assinala a data.

“Abril, Cravos Mil” intitula a obra de BD do Colectivo TÁGIIDE, composta por contos que abordam os 50 anos da Liberdade – “as narrativas basearam-se em momentos-chave do movimento militar e em visões pessoais da data”, bem como “em explorações especulativas sobre a sociedade nacional”. A apresentação teve lugar no Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida, que recebeu a fadista Sara Correia, com a tour Liberdade.

As celebrações do aniversário dos 50 anos de Abril estenderam-se até 21 de Maio.

21 de Maio | A primeira reunião da Comissão Administrativa

O espectáculo protagonizado pelo projecto “Por Terras do Zeca”, com a Banda da Sociedade Filarmónica 1.º de Dezembro como convidada, marcou, a 21 de Maio, o encerramento das comemorações no Montijo, no Cinema Teatro Joaquim d’ Almeida.

A actuação decorreu numa data de significado especial, já que 21 de Maio de 1974 foi o dia em se realizou no Montijo a primeira reunião da Comissão Administrativa, nomeada pela Junta de Salvação Nacional.

A comissão havia tomado posse no dia 18 e fora constituída pelos seguintes nomes: Joaquim Carreira Tapadinhas, que assumiu a presidência, e Acácio Artur Soeiro Dores, António Boaventura Miranda Ramiro, Gertrudes Alice Pina Santos Correia Pereira, José Maria Castanheira dos Santos Boiões, Manuel da Mata Cáceres e Mário Francisco Dias Neves (todos vogais).

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