28 Abril 2024, Domingo
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O maior concelho do País procura na diferença do território ser culturalmente activo e diverso

Odemira é “sinónimo de diversidade”, ao acolher cidadãos de 80 nacionalidades “com diferentes matrizes culturais”

 

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Em termos de área, Odemira é o maior concelho do País e caracteriza-se por ser um território que – apesar de ‘abraçar’ realidades distintas nas suas treze freguesias – é culturalmente activo e diverso, marcado por uma programação anual “estruturada e acessível a todos”, passando igualmente pelos artistas e grupos que dedicam a sua actividade ao sector e que ‘respiram’ tradição, sem esquecer o património cultural e natural e ainda a gastronomia.

É “através do reconhecimento e valorização do território e das suas diferentes manifestações culturais” que o município tem procurado “chegar a todo o concelho”, explica Hélder Guerreiro, presidente da autarquia, até porque Odemira “é sinónimo de diversidade”, uma vez que neste momento “tem cerca de 80 nacionalidades com diferentes
matrizes culturais”.

Contudo, “com o caminho que [a autarquia] pretende trilhar”, o orçamento para a cultura-que este ano foi de 1,6 milhões de euros – “em 2024 terá de ser superior”. Além disso, é ainda pretensão da autarquia “a implementação do Plano Municipal de Cultura, que, através das suas três linhas de acção, pretende dar um impulso cultural ao concelho no seu
todo”.

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O Território Cultural e Criativo é um destes fios condutores, que se traduz numa “série de iniciativas a serem organizadas e implementadas pelo município que tenham como fundamento o legado de conhecimento demográfico, geográfico e histórico, sob as mais variadas disciplinas entre as artes, o saber fazer e o património”.

Em seguida surgem as Plataformas Culturais e Criativas, tendo já sido identificadas quatro freguesias, de Odemira, Sabóia, São Martinho das Amoreiras e São Luís, “como centros de
forte dinâmica e emergência cultural”.

“Considerando a caracterização do concelho e o tecido cultural e artístico que se tem vindo a traduzir num aumento significativo das indústrias culturais e criativas, com acção no território, aposta-se na valorização de estruturas de desenvolvimento económico da população e na Bienal de Artes do Concelho de Odemira (BACO), como motivo potenciador de divulgação e valorização do trabalho de agentes culturais”, refere a edilidade.

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Segundo Hélder Guerreiro, para se atingirem estes objectivos “terá de existir um aumento substancial de equipamentos para as indústrias culturais e criativas e para ‘hubs’ de criação e a recuperação de espaços e edifícios culturais”.

Já a estratégia local de valorização do património natural e cultural impressa no Plano Municipal de Cultura 2030 “pretende fomentar a cultura e a criatividade como base
de atractividade do concelho, através de um programa estruturado que conjugue o património e saber fazer locais com a contemporaneidade, conteúdos pedagógicos e com a necessidade de fomentar a notoriedade de Odemira”, reforça a autarquia.

É neste sentido que surge o Odemira Criativa, um programa de apoio à actividade cultural, “na perspectiva de estimular o empoderamento dos agentes artísticos e culturais”. Entende o município que “a valorização da criatividade, arte e cultura estão no foco da inovação em territórios menos densos como meio para o empreendedorismo e atracção de jovens qualificados, consolidando um modelo de inovação territorial e socialmente inclusivo”.

Oito equipamentos contribuem para valorização do sector
Há oito equipamentos no território odemirense que desempenham um papel fundamental na promoção e preservação das tradições e expressões artísticas locais. É disso exemplo o Cineteatro de Odemira, que ganhou o nome do actor Camacho Costa – falecido em 2003.

Depois de mais de uma década fechado, o equipamento municipal voltou a abrir portas em Setembro de 2005, colocando à disposição do público um edifício preparado para receber encontros, seminários, colóquios, conferências, além de permitir a projecção de cinema.
No entanto, antes de reabrir foram realizadas obras de remodelação, que revelaram existir no local vestígios arqueológicos da Idade do Ferro e da época romana. Depois de estudados e retirados estes materiais, foi tempo de concluir a obra, resultando num espaço com capacidade para 230 espectadores.

Já a Quinta da Música, inaugurada em 2015, está vocacionada “para a produção, formação e promoção da música”. Apesar de preservada a fachada e o alçado do edifício, o espaço ganhou uma nova vida, em que, além de um espaço-esplanada dotado de palco e áreas de apoio (recepção, bar e camarins), conta com estúdios individuais dedicados ao ensino.

É no centro da vila, em pleno centro histórico, que surge a Biblioteca Municipal de Odemira, em funcionamento há 23 anos. Apelidado com o nome do Nobel da Literatura José Saramago, o espaço ‘nasceu’ “no interior do que resta das muralhas do antigo castelo de
Odemira”.

Já os centros socioculturais do Brejão, de São Miguel, do Cavaleiro (estes três na freguesia de São Teotónio), de Vale Santiago e de Longueira “constituem-se como dinamizadores da promoção do associativismo e capacitação da formação do voluntariado, aliada à participação cidadã, da promoção cultural, criação e descentralização culturais”.

Além disso, também a Igreja da Misericórdia de Odemira, o edifício da Sociedade Recreativa São Teotoniense e o salão multiusos dos Bombeiros Voluntários de
Odemira acrescentam valor e fortalecem a identidade cultural do concelho odemirense, passando ainda pelo Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso.

Neste último equipamento, na freguesia de São Martinho das Amoreiras, é desenvolvido um trabalho focado “no estudo, formação e divulgação das manifestações instrumentais e vocais associadas à viola campaniça, ao cante de improviso e à poesia popular, formas de expressão cultural marcantes na identidade do território”.

Odemira é a ‘casa’ de mais de meia centena de associações
Odemira é o palco de dezenas de eventos, entre os quais o MEO Sudoeste, que faz rumar à Zambujeira do Mar milhares de festivaleiros, assim como é a ‘casa’ de mais de meia centena de grupos, associações e colectividades cuja essência está intimamente ligada à cultura.

Além disso, é no concelho que vários artistas, cantores, actores e pintores, entre outros, têm ‘despertado’ para este sector, encontrando em território odemirense o ‘cenário perfeito’
para partilharem o seu talento.

Enquanto Anais Tamen dedica a sua vida à dança – entre outras áreas–, Eurico Silva e Nuno Salvado têm na música a sua vocação, Volodymyr e Oksana Drabovskyy na dança, Mariana Dias Coutinho nas artes plásticas, Philippe Peseux na pintura e André Trafic na arte urbana.

Quanto à representação, destacam-se os actores Sónia Barradas, Nuno Góis e Luís Pisco, sem esquecer Camacho Costa, que faleceu em 2003. A autarquia menciona ainda João
Veiga (Bazarulho), Isabel Silva (animação de histórias), Marco Quintino (Elixir), Sheila Kamayd (Música com Bebés e Papás), Sofia do Vale (Ritmos no Alentejo), Sílvia Salgueiro (Cinema Fulgor) e José Torres (Homeless).

Na lista encontra-se igualmente David Pereira (A Voz da Água), assim como Silvia Laureano (Livros Censurados), Bruno Rodrigues (A Nave), Herbert Smith (Integrar vs Segregar),
Márcia Argas (Receiras da Alma) e Ana Baleia (Figure-Out).

Entre os vários projectos desenvolvidos em Odemira está ainda o ‘Trémula’, de Pavel Tavares e Natalia Lis, e ‘W|O|W’ (Wings os Wax), de Louise Chardon.

 

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