Zero aponta Aeroporto do Montijo como principal ameaça ao Estuário do Tejo

Zero aponta Aeroporto do Montijo como principal ameaça ao Estuário do Tejo

Zero aponta Aeroporto do Montijo como principal ameaça ao Estuário do Tejo

Associações Ambientalistas lamentam pressões sobre a Reserva Natural do Estuário do Tejo

 

Hoje assinala-se o Dia da Reserva Natural do Estuário do Tejo, criado pelo Estado com o objectivo de iniciar uma gestão racional da área de modo a não comprometer as suas potencialidades biológicas.

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O aumento da área de proteção, a necessidade de maior fiscalização da pesca e a melhoria da qualidade da água são desafios apontados pelas associações ambientalistas Quercus e Zero na gestão da Reserva Natural do Estuário do Tejo.

Em declarações à Lusa, João Branco, membro da direção da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza, sublinhou que “a reserva é uma área bastante importante a nível nacional e internacional” devido à dimensão biológica.

Durante o inverno, segundo João Branco, a reserva chega a recebe mais de cem mil aves, resultado da migração da espécie.

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Porém, apesar de aclamada pela sua diversidade biológica, a Reserva Natural do Estuário do Tejo enfrenta desafios ambientais – por estar localizada junto a áreas povoadas, por exemplo, acarreta problemas ao nível da qualidade da água, além de haver espécies invasoras entre os peixes, bivalves e invertebrados.

“À medida que essas espécies invasoras se espalham pelo território, as espécies nativas diminuem obrigatoriamente, porque competem pelo mesmo habitat e pelos mesmos recursos”, explicou o membro da direção, apelando à criação de políticas que minimizem este efeito.

A dimensão da reserva é outro dos problemas apontados pela Quercus, que considera necessário um alargamento da sua área terrestre, nomeadamente nas margens do Tejo até Vila Franca de Xira e nas margens de Alverca do Ribatejo.

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No entender de João Branco “há uma série de zonas envolventes que merecem uma requalificação” com vista a fazer parte da reserva natural.

A proteção das margens e dos mouchões é outro ponto que João Branco salientou como carecido de políticas protectoras, recordando o rombo ocorrido no Mouchão da Póvoa, que levou parte significativa desta ilha.

O representante criticou o tempo que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) demorou a intervir nesta situação, tendo em conta que era “aquela que tinha competências para autorizar intervenção”

“Todo o estuário e todo o rio têm que ser geridos de forma a conversar os valores naturais e a Reserva Natural do Estuário do Tejo”, apelou, lamentando que a população veja este conjunto de forma isolada.

 

Aeroporto pode ser o maior inimigo

 

Para a Quercus, o Tejo constitui “um sistema único” e deveria ser protegido na totalidade, não apenas na área da reserva.

Partilhando da opinião em relação à importância desta área, Paulo Lucas, da direção da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável considerou que a reserva “tem sido um dos marcos da conservação da natureza em Portugal” e admitiu que a reserva tem sido sujeita a muitas pressões, principalmente pelo facto de estar localizada numa área povoada.

A grande ameaça actualmente, indicou, é o projeto do aeroporto do Montijo, considerando que a construção pode vir a ter um impacto muito significativo no ecossistema da reserva.

“A grande preocupação são as aves”, disse Paulo Lucas, revelando que tanto o aeroporto as pode afectar, como podem elas afectar o aeroporto.

“O país tem de ter outro tipo de abordagens”, disse o ambientalista.

 

Lusa

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