Com a estrada arranjada, os bombeiros alertam agora para o perigo dos excessos. Obras ficam prontas no Verão
Os acidentes graves e mortais provocados pelo mau estado do IC1 entre Grândola e Alcácer do Sal já pertencem ao passado. As raízes das árvores que invadiam a estrada, os buracos provocados pela constante passagem de camiões e os lençóis de água que se formavam quando chovia deram lugar agora a longas retas com um novo piso alcatroado no troço de 13 quilómetros entre Alcácer do Sal e Grândola.
As obras de requalificação devem estar concluídas no Verão e agora os bombeiros estão preocupados com a velocidade excessiva na condução devido ao novo pavimento.
Os bombeiros de Grândola e Alcácer do Sal, que acorrem ao local em caso de acidente, apontam para a existência de acidentes que acontecem hoje no local devido às obras e, reconhecendo que o mau estado do piso é coisa do passado, advertem para novos acidentes mortais devido ao excesso de velocidade. Joaquim Duarte, comandante da corporação de Grândola aconselha a uma intensificação da fiscalização rodoviária pelas autoridades principalmente durante a concentração motard de Faro. “O mau estado do piso levava a que muitos condutores evitassem o IC1 e se deslocassem pela auto estrada, mas isso já não deve acontecer este ano”, afirma Joaquim Duarte, que receia por despistes de motas, potencialmente fatais, durante a concentração de Faro. “Temos centenas de motards a circular na nossa zona e estamos já habituados a acidentes, mas esperamos que haja uma boa consciência na altura de acelerar”. O mesmo é partilhado por Valdemar Gonçalves, comandante da corporação de Alcácer do Sal, que aponta para perigos nas estradas circundantes ao IC1. “A estrada que liga a Comporta a Alcácer do Sal foi requalificada, mas as bermas são perigosas e precisam de intervenção, bem como a Estrada Nacional 5 entre Alcácer do Sal e o Torrão que, apesar de não ser muito utilizada, é perigosa para os condutores”.
As obras de requalificação do IC1 incluem novos sistemas de drenagem, sinalização vertical, equipamentos de segurança como semáforos no atravessamento dos aglomerados populacionais, a colocação de cortinas anti-raízes, a melhoria das gares de paragem de autocarros e um novo Canal Técnico Rodoviário. A empreitada começou em setembro, tem um custo de 4,6 milhões de euros e tem prazo de execução de 270 dias. Manuel Rocha, coordenador da Comissão de Utentes do IC1 congratula a forma como as obras estão a decorrer e retira o título de Estrada da Morte que durante anos caraterizou o troço do IC1. “Esta obra já vinha sendo exigida há muitos anos e finalmente temos um novo piso que retira todos os perigos que existiam anteriormente para os motoristas e que causavam graves acidentes”, refere Manuel Rocha, ressalvando que falta ainda concluir os trabalhos nas bermas da estrada.
A autarquia de Alcácer do Sal considera que o Governo deve avançar com obras de requalificação no troço entre Palma e Alcácer do Sal, cujo pavimento se apresenta em “péssimo estado”. Ao considerar que a obra em curso, entre Alcácer do Sal e Grândola, é “insuficiente”, a autarquia critica o ex-ministro Pedro Marques por não dar “a devida importância ao troço do IC1 entre Palma e Alcácer do Sal que apresenta o pavimento em péssimo estado”. Sem tecer qualquer comentário sobre as obras em curso e que devem estar preparadas no Verão, a Câmara Municipal de Alcácer do Sal assume que “o troço entre Palma e Alcácer do Sal continuará, enquanto não for reparado, a ser uma estrada muito perigosa”.