Ação agendada para dia 22. Em causa estão “encerramentos intermitentes de especialidades” no hospital e “concentração de obstetrícia em Almada”
As Comissões de Utentes da Península de Setúbal e a União dos Sindicatos de Setúbal/CGTP-IN vão realizar no próximo dia 22, pelas 10 horas, um desfile desde o Centro de Saúde da Baixa da Banheira até ao Hospital do Barreiro, pela defesa do Serviço Nacional de Saúde.
Em causa, revela a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro em comunicado, está a sucessiva perda de serviços e de capacidade de resposta das unidades hospitalares e dos centros de saúde na região.
Como exemplos, os utentes apontam “os constantes encerramentos de modo intermitente de algumas especialidades e serviços de urgência hospitalar” e a mais recente decisão do Governo em “concentrar os serviços de urgência de obstetrícia no Hospital Garcia de Orta [em Almada], deixando de fora a assistência atempada às mulheres grávidas dos concelhos de Sesimbra, Setúbal, Palmela, Moita, Barreiro, Montijo e Alcochete”.
Mas não só. Os utentes – tal como as estruturas sindicais – lembram também, no mesmo comunicado, “a falta de médicos de família” na região, que impede de “elevar a prevenção na saúde e nos cuidados de saúde primários”, por um lado, e que, por outro, acaba assim por contribuir para que mais utentes se vejam obrigados a recorrer às urgências hospitalares.
No documento, a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Barreiro critica as políticas seguidas pelos Governos. “São os sucessivos e exagerados gastos com a saúde privada, com o dinheiro dos nossos impostos, fazendo da saúde um negócio e não um direito constitucional onde todos os cidadãos tenham direito a saúde e à assistência na doença e na prevenção”. E a atestá-lo, afirmam os utentes, está o Orçamento do Estado, já aprovado na generalidade, mas em discussão na especialidade.
“Mais uma vez o Orçamento do Estado investe mais dinheiro na saúde privada e menos na saúde pública, caminhando desta forma para o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde tal como o conhecemos”, conclui a Comissão de Utentes.