27 Junho 2024, Quinta-feira

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Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano coloca em risco doente com queimaduras graves

Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano coloca em risco doente com queimaduras graves

Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano coloca em risco doente com queimaduras graves

Investigação da Entidade Reguladora de Saúde conclui que não foram salvaguardadas as condições básicas de segurança do doente no transporte para o hospital de Setúbal. Caso remonta a Maio de 2017, quando um homem de 45 anos sofreu queimaduras de terceiro grau na face

O regulador da saúde concluiu que a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano colocou um doente com queimaduras graves em risco ao transportá-lo sem acompanhamento médico e sem garantia de que iria ser aceite no hospital de destino.

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Após todas as diligências realizadas, constatou-se que “não foi garantida, de forma cabal, a continuidade dos cuidados prestados ao utente, por via dos concretos moldes em que a transferência foi operacionalizada”, salienta uma deliberação da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) ontem divulgada.

Segundo a ERS, o transporte foi realizado “sem acompanhamento médico e/ou de enfermagem, sem interlocutores definidos no estabelecimento de origem e de destino e sem qualquer garantia de aceitação do utente pelo hospital de destino”.

O caso remonta a Maio de 2017 quando um homem de 45 anos sofreu queimaduras de terceiro grau na face, em Alcácer do Sal, e passou pelos hospitais de Santa Maria, em Lisboa, e São Bernardo, em Setúbal, antes de dar entrada na unidade de queimados de Coimbra.

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Segundo a imprensa, a vítima deslocou-se por meios próprios ao centro de saúde de Alcácer do Sal de onde foi transportado para a unidade de queimados do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde não havia vagas.

De seguida, foi levado para o Hospital de São Bernardo, em Setúbal, de onde foi transportado por helicóptero do INEM para o Hospital Universitário de Coimbra.

A investigação concluiu que “o transporte do doente para o Hospital de Setúbal, em ambulância não medicalizada e sem acompanhamento especializado, colocou o doente em risco, uma vez que não foram, […] salvaguardadas as condições básicas de segurança” para o seu transporte.

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A ERS sublinha que os procedimentos assistenciais empregues pela Unidade Local de Saúde Litoral Alentejano (ULSLA) não garantiram “a proteção dos direitos e interesses legítimos do utente”, pelo qual emitiu uma instrução “de forma a obviar à repetição de situações futuras de índole idêntica à ocorrida”.

A ERS emitiu uma ordem à Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano para que implemente imediatamente a ‘Triagem de Manchester’ em todas as unidades com serviços de urgência devido a “constrangimentos na prestação de cuidados de saúde de qualidade e segurança dos utentes no Serviço de Urgência”.

 

Saúde doente com falta de recursos humanos

A falta de recursos humanos – além de clínicos faltam administrativos, assistentes técnicos e operacionais e mais de 60 enfermeiros na ULSLA – é um problema, recorde-se, que tem vindo a arrastar-se nas unidades hospitalares, motivando várias tomadas de posição por parte dos municípios alentejanos.

O problema da falta de médicos, de diferentes especialidades, e, sobretudo, de dezenas de enfermeiros, continua a estar na ordem do dia, até porque a situação pode agravar-se este ano, caso o Governo não autorize a contratação de mais profissionais.

Recentemente, Luís Matos, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), que exerce na ULSLA, revelou que aquela unidade de saúde necessita no imediato de 68 enfermeiros ara colmatar falhas, conforme noticiou oportunamente o DIÁRIO DA REGIÃO.

“A partir de Julho, com a entrada das 35 horas, necessitaríamos de mais 20 enfermeiros a juntar aos 68 que já estão em falta e que não estão a ser contratados e após a conclusão da obra do serviço de urgência provavelmente de mais 10”, afirmou então o sindicalista.

O presidente do conselho de administração da ULSLA, Luís Matias, apontou números semelhantes, indicando a necessidade actual de 64 enfermeiros, número que estima aumentar até ao final deste ano para 90. A contratação de mais profissionais, de acordo com o responsável, está, no entanto, dependente de autorização do Governo.

Os municípios do litoral alentejano têm vindo a reivindicar junto da tutela soluções para os problemas. No passado dia 31 de Janeiro, os presidentes das câmaras de Alcácer do Sal, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines abordaram a falta de recursos humanos nas unidades de saúde numa reunião com o ministro Adalberto Campos Fernandes, que se comprometeu a visitar os cinco municípios no final deste mês.

DIÁRIO DA REGIÃO com Lusa

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