Mais de cem mil ‘invadiram’ a freguesia ao longo dos seis dias de comemorações. Retoma em grande do formato normal
Ontem, pouco depois das 17 horas, Herlander Vinagre e os colegas ainda desmontavam material. Sinal de que as Festas Populares de Pinhal Novo tinham chegado ao fim. E com apenas duas horitas de sono feitas, mas com força revigorada pelo sentimento de missão cumprida, tomavam em mãos um trabalho que, assim, evita mais um encargo financeiro para a comissão organizadora dos festejos. Foram seis dias de celebração e o balanço, ainda que feito sem tempo para grandes apuramentos ou reflexões, é mais do que positivo. O sucesso nem pediu licença para entrar porta adentro da 24.ª edição das festividades.
E o indicador foi dado pela afluência das gentes locais e dos forasteiros, do primeiro ao último dia das comemorações (domingo passado), embora o presidente da Associação das Festas de Pinhal Novo reconheça que não é fácil nem rigorosa qualquer estimativa que se possa avançar. “É sempre difícil de se calcular”, diz Herlander Vinagre. Ainda assim, o responsável pela comissão organizadora arrisca uma média a situar-se entre os 90 mil e os 120 mil visitantes: “Diria que tivemos 15 mil a 20 mil pessoas por dia.” A média aritmética, no entanto, parece modesta ou “feita por baixo”.
Para o êxito alcançado é que a explicação parece ser mais fácil de encontrar. Pelo menos a resposta sai disparada, sem hesitações, e até de forma resumida, como se estivesse na ponta da língua. “Justifica-se pelos bons espectáculos, pela boa gastronomia e pelo excelente fogo-de-artifício”, afirma Herlander Vinagre. “Os dois últimos dias [sábado e domingo], então, foram uma loucura, com as ruas completamente inundadas de gente, bons concertos, e o bom tempo durante as noites também ajudou”, adianta. Todavia, se tivesse de eleger um dos seis dias como o mais forte ou concorrido, seria “o domingo” de encerramento dos festejos. “Pelo concerto dos Anjos [na foto] e pelo espectáculo de fogo-de-artifício, que as pessoas estão sempre à espera”, justifica.
Destaque surpreendente
A conversa só muda de figura quando convidado a revelar aquele que, na sua opinião, acabou por ser o momento de maior destaque desta edição festiva, coisa bem diferente daquilo que é eleger o dia mais forte de toda a programação. E a resposta, apesar de algo surpreendente, bem vistas as coisas, não podia ser outra. “O maior destaque foi mesmo o regresso das festas ao seu formato normal, como eram antes dos constrangimentos provocados pela pandemia”, atira, com toda a propriedade, já que por via disso as últimas festividades foram obrigatoriamente cumpridas de forma minimalista. E, agora, a retoma só podia ter impacto positivo. “As pessoas estavam ávidas, ansiosas, de poderem voltar a comemorar as festas.”
No final, o cansaço é companheiro inseparável dos homens e mulheres que voltaram a erguer a principal expressão festiva da freguesia pinhalnovense. Porém, esse teimoso companheiro é contrabalançado por um outro, que os ajuda a seguir em frente com um sorriso nos lábios e que se pode traduzir como… sentimento de missão devidamente cumprida. “Depois de toda a angústia, das dificuldades passadas, vem a altura de saborearmos o momento, de sentirmos que trabalhámos mas que tivemos este resultado”, desabafa Herlander Vinagre.
Ontem, contudo, ainda não era tempo de descansar os ossos. “Costumo dizer que é acabar umas [festas] e começar a trabalhar noutras. Mas hoje [ontem] ainda nos estamos a preparar para dormir. Fomos às 6 da manhã para a cama e às oito já estávamos de pé, para desmontar as coisas.” Certo (ou quase) é que… para o ano há mais.
Foto: Carlos Santos