Os preços da energia eléctrica actualmente praticados são incomportáveis para a população e para muitas empresas, afirma Rogério Silva da Fiequimetal
A Federação sindical das indústrias transformadoras (Fiequimetal) exigiu hoje ao Governo a reabertura das centrais termoeléctricas de Sines e do Pego, e ainda que tome medidas urgentes para impedir a escalada dos preços da energia eléctrica.
“É urgente que o Governo intervenha para impedir a escalada dos preços da electricidade, por isso exigimos que tome medidas rapidamente nesse sentido e apelamos a que pondere a reabertura das centrais termoeléctricas de Sines e do Pego”, disse à agência Lusa o coordenador da Fiequimetal, Rogério Silva, após uma conferência de imprensa.
A Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal), filiada na CGTP, apresentou hoje em conferência de imprensa algumas medidas e orientações que considera que permitiriam controlar os custos da energia eléctrica e corrigir os prejuízos da política de transição energética para os trabalhadores e para o País.
Rogério Silva explicou à agência Lusa que a intenção não é a reabertura definitiva das centrais a carvão, mas sim temporária, até ser encontrada uma alternativa para o fornecimento de energia eléctrica a preços razoáveis.
“Os preços da energia eléctrica actualmente praticados são incomportáveis para a população e para muitas empresas, com repercussões negativas na vida dos seus trabalhadores”, disse o coordenador da Fiequimetal, acrescentando que continua a ser mais barato produzir electricidade a partir do carvão.
O sindicalista salientou que, face ao elevado aumento da energia eléctrica, Espanha reabriu em Novembro duas centrais termoeléctricas e Portugal devia seguir o exemplo, pois “as centrais a carvão podem interferir nos preços, sobretudo quando o preço do gás natural também está a subir muito.
O líder da Fiequimetal lembrou que Portugal importa muita energia eléctrica produzida noutros países a partir do carvão e considerou que “isso não faz qualquer sentido, pois prejudica a economia nacional e o emprego”.
Rogério Silva referiu, a propósito, o despedimento colectivo em curso de 45 trabalhadores da metalúrgica Cifial, que alegou não conseguir suportar os custos da energia.
Algumas empresas do parque industrial da Autoeuropa estão a pressionar os seus trabalhadores para adaptarem o tempo de trabalho aos períodos em que a energia eléctrica é mais barata, ou seja, ao fim de semana, o que considerou mais um prejuízo para os trabalhadores.
A Fiequimetal já pediu uma reunião ao Presidente da República e aos ministros da Economia e do Ambiente para lhes expor as suas reivindicações e ideias.
RRA