Santiago do Cacém recebe dança, música e palavra entre sexta e domingo

Santiago do Cacém recebe dança, música e palavra entre sexta e domingo

Santiago do Cacém recebe dança, música e palavra entre sexta e domingo

O espectáculo “Povoado”, criado por Madalena Victorino e por Rémi Gallet, conta com a participação de inúmeros convidados, entre os quais alguns populares e um rancho folclórico

A coreógrafa Madalena Victorino e o músico Rémi Gallet apresentam, entre sexta-feira e domingo, um espectáculo de dança, música e palavra em Abela, concelho de Santiago do Cacém, que resulta da convivência com a população da aldeia.

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O espectáculo “Povoado”, criado por Madalena Victorino e por Rémi Gallet, conta com a participação de inúmeros convidados, entre os quais alguns populares e um rancho folclórico, e vai ser apresentado a partir das 20h00, nos três dias.

A produção integra a programação de 2022 do projecto “Lavrar o Mira e a Lagoa – As Artes Além Tejo”, promovido pela cooperativa cultural Lavrar o Mar, com sede em Aljezur (Faro), nos municípios de Santiago do Cacém (Setúbal) e de Odemira (Beja).

Trata-se de “um projecto multidisciplinar de artes performativas que investiga a possibilidade e as consequências de um contacto entre uma aldeia e um núcleo de artistas que vem de fora” ao longo de quatro semanas, explicou à agência Lusa a coreógrafa portuguesa Madalena Victorino.

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Segundo a autora, esta convivência entre artistas e população permitiu criar “uma ficção rural”, que tem como ideia o diálogo e uma “discussão/reflexão sobre o passado e a memória, mas também sobre o futuro”.

“Ao encontrar as pessoas de Abela, convidamo-las sempre a colaborar connosco. E, a pouco e pouco, as pessoas ganharam confiança, ganharam curiosidade e vieram ao nosso encontro”, acrescentou o músico francês Rémi Gallet.

O ‘ponto de partida’ do espectáculo foram as antigas festas de Abela, que acabaram em 1994, não com o objectivo de “as refazer”, mas sim apontando para “outros pontos de olhar ou pontos de fuga, nomeadamente o futuro”, contou Madalena Victorino.

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Nesse sentido, a produção “é uma festa, um simples ‘programa’ e também uma volta pedestre por vários sítios, desde os pontos sociais mais fortes da aldeia, que são os seus três cafés, assim como pela escola primária, o clube e o lagar”, explicou.

“As próprias laranjeiras, que são o ‘ex-libris’ desta aldeia, não nos escaparam e vão também estar muito presentes como ‘ingrediente’ forte deste encontro”, acrescentou a coreógrafa.

O espectáculo é também “um encontro com a própria morfologia da aldeia, pois, sabemos quem vamos encontrar em cada rua”, observou Rémi Gallet.

Em “Povoado”, os autores pretendem ainda mostrar os “contrastes sociais” existentes em Abela, entre “uma burguesia rural misturada com pessoas muito pobres e viradas completamente para a vida na terra”.

“Nesses contrastes encontrámos fios de relações que vamos lançar ao espaço e que esperamos que todos gostem”, frisou Madalena Victorino.

Tal como todas as produções assinadas por esta coreógrafa, também ‘Povoado’ apenas será apresentado nestes três dias em Abela.

“O que caracteriza o meu trabalho como coreógrafa é que eu sedimento as práticas artísticas nas quais me envolvo nos locais e com as pessoas. E esse tempo de sedimentação vai ficar na memória e nos afectos das pessoas”, concluiu.

CYMP / Lusa

 

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