26 Junho 2024, Quarta-feira

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Revolução nos transportes rodoviários em Almada arrancou mal e revoltou população e autarcas

Revolução nos transportes rodoviários em Almada arrancou mal e revoltou população e autarcas

Revolução nos transportes rodoviários em Almada arrancou mal e revoltou população e autarcas

Percursos alterados, carreiras cortadas horários por cumprir e população e autarcas em protesto

O serviço da Carris Metropolitana no concelho de Almada foi alvo de críticas durante todo o dia da passada terça-feira. Começou com uma manifestação de protesto no Monte de Caparica, e terminou com cerca de uma dezena de utentes dos transportes rodoviários a reclamarem na Assembleia Municipal, no Laranjeiro, contra a operadora Transportes Sul do Tejo (TST) e a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), que gere a operação nos 18 concelhos da Área Metropolitana.

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Na onda de protestos, com queixas por parte de utentes de todas as localidades, não foi poupada a Câmara de Almada, apesar da presidente, Inês de Medeiros, afirmar taxativamente estar do lado da população. “Partilho em completo convosco o sentimento de frustração em relação ao início desta operação”, disse a autarca na Assembleia Municipal.

Uma reunião que teve a particularidade de contar com o esclarecimento do presidente do conselho de administração da TML, mediante a concordância de todas as forças políticas representadas neste órgão do poder local. E Faustino Gomes prometeu que amanhã o novo serviço rodoviário estará melhorado.

Ainda durante a tarde, os presidentes das cinco freguesias do concelho reuniram para fazerem o levantamento dos problemas do novo serviço rodoviário em cada uma das localidades. Para a presidente da Junta da União das Freguesias de Caparica e Trafaria, Sandra Chaiça, que com outros eleitos locais esteve presente na manifestação de protesto, a decisão é pela “não aceitação da nova rede”.

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Entretanto, à noite, durante a Assembleia Municipal, Inês de Medeiros afirmou que será marcada, em breve, uma reunião pública de esclarecimento para ouvir as queixas da população em cada zona do território, e indicar que soluções estão a ser encontradas por parte dos responsáveis pela operação Carris Metropolitana.

Com alguns utentes, e também autarcas, a reivindicarem que os novos horários sejam cancelados, e que se recomece a operação Carris Metropolitana só depois de ouvir a população e eleitos, a presidente da Câmara revelou não estar de acordo com esta medida, e confia que quando a operação estiver montada na sua totalidade, vai traduzir-se em “mais oferta, mais carreiras e mais cobertura”. Mas também disse sobre o que actualmente está a acontecer: “Não é aceitável”.

Ao mesmo tempo, deu a saber que alguns dos problemas relatados pelos munícipes na Assembleia Municipal, “já foram conversados com a TML e os TST”, e que apesar das “dificuldades, [amanhã, dia 7] vão ser resolvidos”. E acrescentou: “Já foram acordados 39 horários de carreiras, nomeadamente os horários mais triados e os de madrugada”, mas não apontou quais.

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Com as queixas a referirem supressão de horários, alteração de percursos, não correspondência entre os autocarros e outros modos de transportes, afectando as localidades de Porto Brandão, Costa de Caparica, Laranjeiro, Feijó, Lazarim, Aroeira, Charneca de Caparica e a ligação entre Almada e o Arieiro, em Lisboa, é mesmo de esperar por amanhã e sexta-feira para saber que casos foram resolvidos, ou estão em resolução.

Na ligação específica entre Almada e Arieiro, que deixou de existir, avançou Inês de Medeiros que esta “é uma opção exclusiva da estratégia de mobilidade do município de Lisboa”, e deu a saber: “Assim que soube, em plena Área Metropolitana de Lisboa, alertei que essa decisão era um erro e iria prejudicar não só a população da margem sul, mas toda a metropolitana”.

Presente entre a assistência da Assembleia Municipal, Faustino Gomes foi tomando notas e quando interveio manifestou que a TML “está preocupada” com a forma como arrancou, a 1 de Julho, a operação Carris Metropolitana em Almada, mas também garantiu que “algumas das reivindicações [que ouviu] já foram resolvidas, nomeadamente os horários mais cedo e mais tarde – que foram retirados. Temos planeado que até sexta-feira [dia 8] vamos encontrar novas soluções.

O administrador da TML reconheceu que existem “coisas estruturantes na mudança de rede que não são possível fazer de um momento para o outro, nomeadamente, a falta de motoristas: Com o número que temos, não é suficiente fazer uma alteração radical da rede”.

Entretanto, pediu aos utentes que reportem todos os problemas à TML para que ajudem à resolução dos mesmos. “O lema da TML é monitorizar e corrigir”, inclusivamente, a “coordenação entre modos de transportes”, e admitiu: “Sabemos que falhamos na qualidade da informação, temos de melhorar, e neste momento já existe mais informação disponível”. E pelo que prometeu, amanhã os utentes já irão notar alguma diferença.

População da Caparica e Trafaria saiu à rua

A população da Caparica e Trafaria veio para a rua, na passada terça-feira, em protesto contra o processo da operação Carris Metropolitana na localidade e manifestar descontentamento e não aceitação do novo quadro de transportes públicos rodoviários.

Os eleitos locais acompanharam o protesto, e foi a própria Junta da União das Freguesias de Caparica e Trafaria, em comunicado à população, que veio afirmar que “as carreiras são insuficientes, alguns dos novos percursos obrigam grande parte da população a percorrer maior distância, muitos estudantes e jovens são prejudicados com os novos tempos de espera”.

O mesmo documento vinca que “a generalidade do território da Caparica e Trafaria não dispõe de outra alternativa de transportes públicos, pelo que este novo quadro de transportes deverá atender a esta singularidade do território”.

Mas também expressa que o executivo da junta “acredita que este novo paradigma de transportes poderá e deverá ser o futuro do transporte público, pelo que deverá ouvir e atender as necessidades da população”.

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