(Foto de arquivo)
O Presidente da República saudou hoje o apoio do anterior Governo e do atual à Raríssimas e congratulou-se com o “fim feliz” desta associação na sequência das denúncias de irregularidades na sua gestão em 2017.
Em véspera de Natal, como tinha feito no ano passado e há dois anos, Marcelo Rebelo de Sousa visitou o Centro de Desenvolvimento e Reabilitação da Casa dos Marcos, no concelho da Moita, distrito de Setúbal, uma das instalações da Raríssimas – Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, onde chegou meia hora antes do previsto, pelas 15:30.
Da Moita, o chefe de Estado seguiu para o Barreiro, juntando-se pelo quarto ano consecutivo à ginjinha de Natal, no centro da cidade, rodeado por uma multidão que o fez levar quase duas horas e meia a percorrer algumas dezenas de metros até à Tasca da Galega, onde atrás do balcão brindou “por Portugal”, a pensar especialmente nos portugueses “que infelizmente estão doentes ou numa situação de sofrimento” nesta época festiva.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Edmundo Martinho, e o secretário de Estado da Segurança Social, Gabriel Bastos, acompanharam-no na visita à Raríssimas, que aconteceu num momento de transição entre a direção dos últimos dois anos, presidida por Margarida Laygue, e a nova direção da Raríssimas, que tem como presidente Maria João Trincão, que irá tomar posse no dia 03 de janeiro.
À saída da Casa dos Marcos, em declarações aos jornalistas, o Presidente da República disse que “estas histórias, em muitos casos, não terminam bem”, numa alusão às irregularidades denunciadas numa reportagem da TVI que levaram à destituição da antiga presidente, Paula Brito da Costa, que foi constituída arguida.
“Houve muitas dificuldades para manter unido o projeto, para manter uma equipa muito vigorosa à frente, para ter a Segurança Social a apoiar, para ter a Santa Casa da Misericórdia a apoiar, para ter a Aga Khan a apoiar, para ultrapassar o afastamento dos mecenas”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou o “apoio espetacular, quer das famílias, quer dos trabalhadores, todos, da casa, que fizeram um esforço muito grande para manter aquilo que era fundamental”.
“Depois, era preciso preparar o futuro, e fez-se isso tudo em dois anos. Não foi uma tarefa fácil. E eu tenho que cumprimentar o Governo, o anterior e o atual, por isso, o senhor provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que foi um entusiasta deste projeto, e a Aga Khan”, acrescentou.
O Presidente da República cumprimentou também todos os elementos desta direção cessante da Raríssimas, concluindo: “Agora é futuro. Agora é ano novo, vida nova. Na continuidade do esforço dos últimos anos, mas vida nova com outras perspetivas”.
Antes, o chefe de Estado fez uma curta intervenção no átrio de entrada da Casa dos Marcos, ao qual foi dado o nome do ex-ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva, congratulando-se com o “fim feliz” deste “mandato extremamente difícil” na Raríssimas.
“Foi possível, passo a passo, fazer sobreviver a instituição – mas foi mesmo passo a passo”, disse.
Segundo o Presidente da República, nestes dois anos foi decidido “a Santa Casa assumir um papel ainda mais vigoroso e ativo, sempre com o apoio da Segurança Social”, que “continua inabalável”.
“Por isso, este Natal é um Natal muito diferente do Natal de há dois anos. É mais Natal este ano”, considerou.
No Barreiro, onde prometeu continuar a voltar para a ginjinha de Natal, “seja ou não Presidente”, Marcelo Rebelo de Sousa contou que esta “era uma tradição de homens” que ali iam “enquanto as mulheres preparavam o jantar de Natal”.
“Depois passaram a vir as mulheres, a seguir ao 25 de Abril. Foi crescendo, crescendo. Depois passou a vir gente da vizinhança. E agora vem um bocadinho de todo o país”, acrescentou, exclamando: “Realmente a ginjinha é muito boa. O ambiente é ótimo. Esta é talvez a noite mais agradável das quatro”. Lusa