Orçamento dos TCB para 2023 limitado pela conjectura internacional e crise energética

Orçamento dos TCB para 2023 limitado pela conjectura internacional e crise energética

Orçamento dos TCB para 2023 limitado pela conjectura internacional e crise energética

Oscilações no preço do gás criam dúvidas junto da autarquia para o próximo ano

 

A sessão da Assembleia Municipal do Barreiro, realizada na última quinta-feira, debruçou-se sobre a aprovação das grandes opções do Plano e Orçamento dos serviços municipalizados dos TCB, com a vereadora responsável, Maria João Regalo, a informar os deputados que o documento para 2023 está “fortemente condicionado” pela conjectura internacional e pela crise energética, com as grandes oscilações no preço do gás a traduzirem-se “numa grande incerteza para o ano” que se avizinha.

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“É um problema que teremos que enfrentar durante o ano que vem”, lembrou. Ainda assim, foram transportados mensalmente cerca de um milhão de passageiros, com valores a corresponderem a recordes de utilização destes serviços. “Estes […] traduzem os valores de confiança dos barreirenses depositada no serviço, mas também a verdadeira alternativa ao uso do transporte próprio, quando as famílias enfrentam também a escalada dos preços dos combustíveis, sendo cada vez mais importante o apoio prestado pelos TCB aos nossos cidadãos”, frisou.

A autarca informou ainda que o município tem procurado aumentar a oferta, dentro do que é possível, nomeadamente das carreiras que servem a estação da Fertagus, em Coina, tendo sido reforçada a carreira 6, entre aquele espaço e a zona do Lavradio. “O nosso grande objectivo para 2023 será o acompanhamento do previsível aumento da procura, constituindo dessa forma uma verdadeira resposta de serviço público a todos os barreirenses que dos TCB necessitem”.

O orçamento apresentado, num valor que ascende a 16 milhões de euros, representa um aumento de cerca de dois milhões relativamente ao presente ano, com uma despesa corrente de onze milhões, sendo que, cinco destes são relativos a custos com o pessoal, que traduzem um aumento de 15% associados aos aumentos salariais dos trabalhadores e a aumentos decorrentes de avaliações que serão futuramente realizadas.

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Previsto está ainda o gasto de 5,5 milhões de euros para a aquisição de bens e serviços, com metade deste valor (2,75 M€) a destinar-se ao gás. Ao nível da manutenção, está ainda previsto um aumento do valor para a revisão das viaturas, dado que no presente ano as mesmas vão completar 240 mil quilómetros “e os valores começam a aumentar”.

A estes juntam-se ainda verbas para a formação contínua de quem ali trabalha e para obras de requalificação no terminal fluvial, dado que estas são instalações “que já têm muitos anos e não oferecem condições condignas [a quem] ali tem de exercer a sua actividade”, sendo esta uma intervenção que necessita de alguma urgência para dotar o espaço de melhores condições de utilização.

Procura nos últimos meses aponta para tendência crescente

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O orçamento dos TCB para 2023 contempla ainda um valor para o sistema de bilhética. Em matéria de receita, a vereadora lembrou que “o aumento da procura registado nos últimos meses leva a crer que [esta] terá uma tendência crescente”, não sendo proporcional à despesa.

O investimento efectuado nas viaturas de turismo, informou, “tem se traduzido num aumento acentuado do valor relativo aos serviços de aluguer, constituindo uma fonte de receita dos TCB, situação que pode ser maximizada no decorrer do próximo ano”. Também a existência de publicidade nas viaturas tem sido um factor positivo para estes transportes, pelo que o município pretende continuar a apostar nesta área.

Maria João Regalo assegurou ainda que estes transportes continuarão “a apoiar as iniciativas e eventos de natureza local, dinamizando os projectos que pela sua natureza sejam importantes para o Barreiro”, sublinhando que será ainda necessária “uma atenção redobrada relativamente à despesa e a procura da maximização da receita, de forma a assegurar o desejado equilíbrio financeiro, não perdendo de vista a missão dos TCB que é servir os barreirenses”.

96 motoristas possuem contrato de trabalho

Actualmente, exercem as suas funções um total 96 motoristas com contrato de trabalho por tempo indeterminado e 21 com contratos de trabalho a tempo determinado, estando prevista a passagem destes para o quadro de motoristas. “Mais houvessem”, concluiu, mostrando que esta é uma necessidade daqueles serviços.

Frederico Rosa, presidente de edilidade, lembrou que os TCB têm “um serviço de excelência e quem tem dúvidas basta olhar para a TML e para a Carris Metropolitana”, disse, adiantando que a situação actual “cria uma resiliência na organização porque habitua também a lidar com questões diferentes do habitual, [o que] está a dar-nos mais força e confiança para podermos enfrentar o futuro e, acima de tudo, continuar a garantir que os TCB são a opção de transporte público de excelência e isso orgulha-nos”.

No final do encontro, a proposta foi aprovada com vinte votos a favor do PS e dois do PSD, seis votos contra da CDU e do deputado do Bloco de Esquerda, que afirmou que a sua votação resultou da preocupação com a “precariedade existente nos serviços” e uma abstenção do Chega. Aquela assembleia voltou a reunir durante a noite desta terça-feira, no auditório Manuel Cabanas, na biblioteca, no último encontro deste ano.

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