Ministro da Educação integra sessão sobre inovar no autismo no Barreiro

Ministro da Educação integra sessão sobre inovar no autismo no Barreiro

Ministro da Educação integra sessão sobre inovar no autismo no Barreiro

Mais de 250 alunos estão actualmente a receber formação naquele território

 

O ministro da Educação, João Costa, marcou presença ao final da tarde da última sexta-feira, no Barreiro, na sessão de encerramento do quarto Seminário Internacional Inovar Autismo, que lotou o auditório da Biblioteca do Barreiro, numa edição subordinada ao tema “Construindo uma Sociedade para tod@s: Inovação, Direitos Humanos e Inclusão no Autismo”.

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Os participantes analisaram questões ligadas à inovação na capacitação da comunidade e quais as respostas habitacionais inclusivas existentes para uma vida independente nesta condição. O governante sublinhou a importância do trabalho em rede para que sejam dados passos “sérios e consolidados” nesta área. Destacou que, presentemente, os responsáveis estão empenhados em “mudar o paradigma da educação” e “fazer uma das peças legislativas mais ambiciosas que há memória nas políticas educativas”.

“Estamos não só a falar de mudanças de práticas, de reafectação de recursos, mas também de percepções sobre o papel da escola”, disse. “Quando falamos de inclusão, falamos de acesso ao currículo e quando falamos de exclusão, falamos de barreiras criadas no acesso ao currículo”, adiantou, referindo que boa parte das crianças e jovens com deficiência estão hoje “integrados no chamado ensino regular, em particular nas escolas públicas, que são as que aceitam todos os alunos e que não os deixam à porta”.

A aprendizagem, acrescentou, demonstra ainda que “todos temos o direito de sermos avaliados, não podemos é partir do princípio que uma avaliação justa é uma avaliação igual, porque assenta num princípio que é uma falácia, que é que somos todos iguais”, sublinhou João Costa. “O princípio da homogeneidade na educação é um erro e quando desenhamos sistemas educativos a partir do princípio que os alunos que estão à nossa frente são todos iguais, estamos a condenar uma parte significativa [destes] ao insucesso”, frisou.

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A aposta tem sido numa reorientação de todos os programas para que o foco esteja também na inclusão, área na qual o Governo “tem investido muito, [com] muita formação sobre estes princípios”. E acrescenta: “Temos desde 2018 mais de 1200 professores de educação especial, tínhamos nessa data apenas 300 técnicos especializados e hoje temos cerca de 600 nas várias categorias e revimos a portaria do rácio dos assistentes operacionais”, ainda assim, “tudo o que fazemos sabe a pouco” e “temos de ter esta consciência de que todos e cada um tem de ser um agente de inclusão”, frisou.

Sensibilizar professores e toda a comunidade

Frederico Rosa, presidente da Câmara do Barreiro, deu os parabéns à associação pela realização da iniciativa. O autarca defendeu que é importante “sensibilizar, informar, não apenas professores e técnicos, mas também colegas e toda a comunidade”. O edil lembrou que outra das questões a analisar é como as autarquias podem “dar o exemplo na contratação destas pessoas”, realçando que o Estado deve “ser um campeão” nesta área e que os municípios não podem demitir-se deste papel.

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“Temos casos de sucesso que são importantes serem partilhados, para inspirar outros a fazerem o mesmo, com pessoas que têm autismo e que são profissionais extraordinários”, algo que considera ser essencial difundir num trabalho de parceria. O autarca defende que “é importante perceber o papel e o peso que os professores também têm” em cuidar destes jovens, tal como “as famílias e os técnicos”, questionando os próprios elementos da comunidade educativa sobre de que forma estão a desenvolver o seu trabalho e a cuidarem das suas vidas.

Em declarações a O SETUBALENSE, Frederico Rosa defendeu que “é importantíssimo trabalharmos em rede”, informando que presentemente “mais de 250 alunos estão a ter formação, com o ‘kit’ dos direitos humanos” a nível concelhio, nos agrupamentos Augusto Cabrita e de Santo António, abrangendo várias escolas do território. A própria Câmara, em parceria com a cooperativa de solidariedade social, Rumo, tem apostado nesta área e ajudado muitas crianças.

Ana Albuquerque, presidente da Inovar Autismo, deixou três desejos ao ministro, nas áreas da formação, recursos humanos e avaliação e capacitação na área da inclusão, tendo sublinhado a necessidade do apoio do ministério e lembrado que, presentemente, muitos dos pais destes jovens “passam por situações imagináveis”. A responsável agradeceu à Câmara pelo acolhimento desta iniciativa e por “esta aposta na inclusão e na formação dos professores e dos agrupamentos”.

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