Ministra Ana Paula Martins reconhece que trabalho com as autarquias é fundamental para melhorar respostas do serviço de saúde
A partir de 1 de Agosto, o Atendimento Complementar na nova Unidade de Saúde de Sesimbra deverá começar a funcionar, além dos sábados, também aos domingos e feriados, entre as 10h00 e as 18h00.
Um alargamento de horário que está a ser avaliado pelo conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Arrábida, mas que não satisfaz o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, que quer ver este serviço aberto sete dias por semana. “É claramente insuficiente”, afirma, mais ainda quando, anos antes, chegou a funcionar 24 horas.
A hipótese de 1 de Agosto foi avançada pelo presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde da Arrábida, Luís Pombo, durante a inauguração formal deste equipamento, ontem, segunda-feira, uma cerimónia que contou com a presença da ministra da Saúde, Ana Paula Martins, do bispo de Setúbal, cardeal D. Américo Aguiar, da vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Morais, a presidente da CCDR Lisboa e Vale do Tejo, Teresa Almeida, o presidente da Assembleia Municipal de Sesimbra, João Narciso, e os presidentes das três juntas de freguesia do concelho.
Com capacidade de resposta para 11 mil utentes, o novo equipamento abriu a 1 de Julho, com 24 gabinete e capacidade instalada para Unidade de Saúde Familiar, Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, Unidade de Cuidados na Comunidade e Unidade de Saúde Pública.
A resposta no Atendimento Complementar é assim a grande pecha da nova Unidade de Saúde de Sesimbra, construída no Morro do Calvário. Lembrando que esta foi uma obra conseguida com muito esforço, inclusive financeiro” – parte da verba municipal – o presidente da Câmara de Sesimbra deu nota à ministra sobre a necessidade de alargamento do funcionamento deste atendimento, mas, publicamente, da ministra nada ouviu.
Ana Paula Martins preferiu salientar a “transformação silenciosa” que está a acontecer no Serviço Nacional de Saúde, para que este “consiga dar acesso a todos os utentes aos cuidados de saúde primários”. Um objectivo que a governante admitiu “ainda estar longe de ser conseguido”, dadas as “dificuldades que existem em vários serviços de saúde”. Um dos caminhos para ajudar a ultrapassar estes constrangimentos, é “trabalhar com as autarquias que conhecem bem as necessidades das populações”, disse.
E aqui D. Américo Aguiar acrescentou: “Quando temos objectivos comuns, somos capazes de fazer o melhor para as pessoas”.
A concretização da nova Unidade de Saúde de Sesimbra implicou o envolvimento da Câmara de Sesimbra, que investiu cerca de 1,9 milhões de euros, cedeu o terreno e assumiu os custos dos arranjos exteriores e parque de estacionamento, assim como com o lançamento, acompanhamento e fiscalização da obra. A autarquia assegurou assim mais de metade do valor investido no novo equipamento de saúde.
No total, o edifício custou cerca de 3,6 milhões de euros, dos quais um milhão de euros foi assumido pelo Ministério da Saúde, 800 mil euros financiados no âmbito de uma candidatura feita pelo município ao programa Feder – Lisboa 2020 e o restante valor assegurado pelo orçamento municipal. Após conclusão da obra, a autarquia cedeu gratuitamente, em direito de superfície e pelo período de 50 anos, o prédio ao Ministério da Saúde.
Este equipamento está localizado na Praça Isabel Lourenço, cuja placa com o novo topónimo foi descerrada durante a inauguração formal, em homenagem à médica de família que trabalhou parte da sua vida no Centro de Saúde de Sesimbra e que coordenou a abertura da primeira Unidade de Saúde Familiar do concelho, a do Castelo.
Falta de médicos encabeça lista de reivindicações entregue pela Comissão de Utentes a Ana Paula Martins
Na cerimónia da inauguração formal da nova Unidade de Saúde de Sesimbra, pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, estiveram elementos da Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Sesimbra, que entregaram folhetos à população onde expressavam um caderno reivindicativo dirigido à governante e ao presidente da Unidade Local de Saúde da Arrábida, Luís Pombo, assim como ao presidente da Câmara Municipal, Francisco Jesus, e outros autarcas.
Apesar de reconhecerem a boa qualidade das novas instalações os elementos da comissão não querem que passe ao lado a “falta de colocação de médicos e outros profissionais para assegurarem o atendimento complementar sete dias por semana no concelho de Sesimbra para os mais de 52 mil residentes”. A estes junta-se a população que tem segunda habitação no concelho, e ainda os muitos turistas e veraneantes que visitam Sesimbra nos meses de Verão.
A comissão exige ainda a “resolução do acesso à Unidade de Saúde Familiar do Castelo, através de um transporte com paragem junto a esta unidade” e ainda “uma viatura para a Unidade de Cuidados na Comunidade”.