O Observatório para a Transição Justa do Alentejo Litoral vai vigiar a aplicação das verbas destinadas a compensar o encerramento da Central Termoeléctrica de Sines
A Autoridade de Gestão do Programa Regional Alentejo 2030 criou esta quinta-feira o Observatório para a Transição Justa do Alentejo Litoral com vista à monitorização das verbas do Fundo de Transição Justa previstas para este território.
A instalação do observatório decorreu numa sessão, em Grândola, que contou com a presença de cerca de 30 entidades que integram este órgão, coordenado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo.
Em declarações à agência Lusa, Telma Guerreiro, secretária técnica do Programa Regional Alentejo 2030, explicou que o observatório “vai monitorizar” o fundo de cerca de 98 milhões de euros que servirá para compensar os impactos do encerramento da Central Termoelétrica de Sines na região do litoral alentejano.
“O Fundo para a Transição Justa é implementado em toda a Europa, em três regiões do nosso país, inclusive no Alentejo Litoral, por causa do encerramento da Central Termoelétrica de Sines, ou seja, em territórios onde se está a desenvolver uma transição forte e toda uma transformação que queremos não só ambiental, mas também de justiça social”, frisou.
De acordo com a responsável, esta é uma oportunidade única para a região do litoral alentejano e, por isso, importa que “este fundo venha para o território e que seja muito bem aproveitado”.
“Existindo este fundo territorial importava ter um observatório que fizesse a monitorização do que vai ser a implementação deste fundo e, por outro lado, criasse um barómetro de qualidade de vida para observar todas as transformações deste território e para, daqui a uns anos, conseguirmos compreender a grande vantagem que é a transição energética nas nossas vidas”, sustentou.
Apesar de “ainda não ser definitiva a sua composição”, o Observatório para a Transição Justa do Alentejo Litoral conta com várias entidades públicas e privadas, empresas como a EDP, Repsol e Galp, associações empresariais da área agrícola e da área do turismo, ensino superior e associações jovens que trabalham as questões ambientais e da transição energética.
“Um dos desafios que vamos fazer hoje com a instalação é que outros se juntem a nós, porque este é um momento de instalação formal, mas vamos ter depois um trabalho que queremos colaborativo com todas as organizações no sentido de criar um regulamento formal”, sublinhou.
O Fundo para a Transição Justa destina-se a diversificar a economia local, fomentando a investigação e inovação em pequenas e médias empresas (PME) ativas nas energias renováveis, agroalimentares e turísticas, e permitindo o investimento na mobilidade local sustentável, com vista à criação de cerca de 200 novos empregos através da reorientação profissional dos trabalhadores da região afetada pelo encerramento.
Para Portugal, o acordo de parceria relativo ao Fundo para uma Transição Justa prevê um total de 22,6 mil milhões de euros de financiamento da União Europeia no período 2021-2027.