Documento assinado com a Companhia Siderúrgica Nacional do Brasil quer mobilizar 300 mil milhões de euros até 2027
O ministro das Infra-estruturas disse ontem que a revisão do quadro legislativo para os portos vai prever disposições sobre habitação, através de parcerias com entidades como a Câmara Municipal de Sines, para promover a fixação de trabalhadores.
“A boa notícia é que iremos incluir [na lei dos portos] disposições sobre esta matéria, nomeadamente sobre a questão da habitação”, afirmou João Galamba, durante a cerimónia de assinatura do Memorando de Entendimento entre o Porto de Sines e a Companhia Siderúrgica Nacional do Brasil, no Ministério das Infra-estruturas, em Lisboa.
Segundo o governante, a lei dos portos que está a ser preparada prevê instrumentos para fazer face ao problema da fixação de trabalhadores em Sines, através de “parcerias com outras entidades, nomeadamente com a Câmara Municipal”.
Foram ainda autorizadas alterações significativas na lei para incluir disposições sobre questões alfandegárias que “limitavam a capacidade de Sines ser a porta de entrada de produtos perecíveis”, fruto da colaboração entre os ministérios das Infra-estruturas, Agricultura e da Presidência, explicou o ministro.
O Porto de Sines e a Companhia Siderúrgica Nacional do Brasil assinaram ontem um memorando no âmbito da iniciativa Global Gateway, lançada em 2021 pela Comissão Europeia (CE) para promover ligações inteligentes, limpas e seguras a nível dos sectores digital, da energia e dos transportes, esperando mobilizar 300 mil milhões de euros até 2027, para dar cobro aos projectos que estão a ser desenvolvidos.
Recentemente, foi também assinado um memorando de entendimento com a Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande, em Angola. “Portugal, Angola e Brasil são três países, cada um à sua maneira, com enorme potencial na transição ‘verde’ e penso que este é mais um exemplo de uma boa oportunidade em que tiramos partido exactamente disso”, referiu João Galamba, na sessão de ontem.
Concretamente sobre a relação com o Brasil, o ministro das Infra-estruturas destacou as trocas de produtos agro-alimentares, energia e minérios. A sessão contou ainda com a presença do presidente do Conselho de Administração do Porto de Sines, José Luís Cacho, do director da área de portos da Companhia Siderúrgica Nacional, Pedro Brito, e da representante da CE em Lisboa, Sofia Moreira de Sousa, que destacou a importância de parcerias de investimento deste género nas questões de soberania alimentar, que ganharam um “papel ainda mais importante” após a invasão russa da Ucrânia.