9 Agosto 2024, Sexta-feira

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Julgamento de mulher que matou filho após ver casa desarrumada começa hoje

Julgamento de mulher que matou filho após ver casa desarrumada começa hoje

Julgamento de mulher que matou filho após ver casa desarrumada começa hoje

Mulher é acusada de homicídio qualificado do filho, com 20 anos, na Moita. Queixou-se de violência doméstica e desabafava que estava farta do filho

 

Maria Odete Ramos, 52 anos, queixou-se às autoridades e vizinhos de ser maltratada em casa pelo seu filho, Diogo Cruz, 20 anos, no Vale da Amoreira, Moita, e no dia 20 de Dezembro do ano passado, enraivecida por ver a casa desarrumada, esfaqueou brutalmente o filho até à morte com sete facadas. Mesmo com a intervenção de vizinhos para a afastar da vítima, dizia que este estava a fingir e que merecia morrer. A mulher tinha feito queixa de violência doméstica contra o filho, processo esse que viria a ser arquivado semanas depois da morte.

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Maria Odete está acusada de homicídio qualificado e é julgada a partir desta quarta-feira no Tribunal de Almada. O crime ocorreu em casa que a arguida partilhava com a vítima, que se mudou para lá há dois anos, na Praceta Maria Helena Vieira da Silva, no Vale da Amoreira.

De acordo com o despacho de acusação do Ministério Público, suportado pela investigação da Polícia Judiciária de Setúbal, nessa noite, quando chegou a casa e viu a casa desarrumada, a arguida começou a partir pratos na cozinha e junto ao quarto do seu filho, onde este se encontrava com a namorada. “Confrontada por Diogo Cruz, a arguida disse que já estava farta de o aturar e que tinha que sair de casa”, pode-se ler na acusação.

Diogo ameaçou chamar a polícia, ao que Maria Odete disse para fazer e logo a seguir viu a mãe dirigir-se à cozinha, empunhar uma faca e correr na sua direcção. “Tem calma, estás a fazer o quê”, perguntou Diogo, fugindo pela casa para a sala de estar, onde foi atacado.

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Maria Odete atacou o filho com várias facadas no tronco e quando este já estava inanimado arrastou-o pelas pernas para o corredor. Perante os gritos, vizinhos acorreram à casa e exclamaram para que Odete parasse. “O que estás a fazer, para que ele já não está a resistir”, implorou uma vizinha. Odete respondeu que ele estava a fingir e colocando-se em cima do corpo do filho, esfaqueou-o novamente no pescoço, face e tronco dizendo “ele ainda não morreu, merece morrer, vou matá-lo”.

A namorada da vítima, em choque, foi em auxílio de Diogo, mas Odete virou a faca contra esta, fazendo com que esta fugisse. Um vizinho conseguiu então agarrar Odete e tirar-lhe a arma, mas a fúria era tal, que esta conseguiu escapar e pontapear a cabeça da vítima. Foi detida pela PSP e vai agora ser julgada por homicídio qualificado.

Cerca de duas semanas antes do crime, Maria Odete queixou-se a uma vizinha “que estava farta do filho, que não o queria lá em casa e que o tiro que este havia levado há uns tempos devia ter atingido a cabeça”. De acordo com a acusação, Odete disse que “qualquer dia se passava e que o matava”.

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Queixa de violência doméstica arquivada depois da morte  

A acusação descreve que a relação entre homicida e vítima era pautada por conflitos desde há dois anos, quando o jovem se mudou para a sua casa. O jovem não trabalhava, não estudava e vivia às suas expensas. Maria Odete Ramos apresentou uma queixa de violência doméstica contra o filho, mas esta viria a ser arquivada semanas depois do homicídio, a 3 de Janeiro de 2023.

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