25 Julho 2024, Quinta-feira

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José Calado: “Vamos ter em Palmela uma votação melhor do que há quatro anos”

José Calado: “Vamos ter em Palmela uma votação melhor do que há quatro anos”

José Calado: “Vamos ter em Palmela uma votação melhor do que há quatro anos”

Cabeça-de-lista da coligação MIM/CDS-PP/MPT diz que vai reforçar a votação porque desta vez escolheu melhor os candidatos

 

Empresário do ramo imobiliário e presidente do Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo há uma década, aos 63 anos apresenta-se novamente a eleições, depois de, em 2017, ter fundado o Movimento Independente pela Mudança (MIM) e conseguido ser eleito vereador. Nasceu em Mora, rumou a Lisboa muito jovem para trabalhar, frequentou o Curso Industrial e aos vinte anos já era empresário. Fixou-se no concelho de Palmela há 30 anos e envolveu-se na vida associativa, no folclore, CD Pinhalnovense e nas Festas de Pinhal Novo.

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A sondagem que O SETUBALENSE publicou recentemente indica que pode não ser eleito. Como vê essa possibilidade?

As sondagens são o que são. Não penso que isso vá acontecer, penso que vou ser eleito e até reforçar os votos.

José Calado: "Vamos ter em Palmela uma votação melhor do que há quatro anos

Com que base pensa isso?

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Com base naquilo que encontro diariamente na rua, no contacto com a população e com os candidatos. Tive muito mais facilidade em ter candidatos, escolhi os melhores, da outra vez não tive essa possibilidade. Da outra vez fiz campanha cerca de um mês, os candidatos foram escolhidos o mais rapidamente possível, porque era preciso apresentar as listas. Nesta altura as coisas funcionam de forma diferente. Os candidatos são escolhidos com rigor, aqueles que entendemos que podem trazer mais-valia para as freguesias ou para o concelho. Penso que tenho condições para ter uma melhor votação do que há quatro anos.

É essa selecção que explica que algumas pessoas do início não estejam agora no movimento? Há vários abandonos, como, por exemplo, Luísa Paulino.

Isso faz parte. É natural. Nos movimentos independentes, como em muitos partidos políticos, as pessoas mudam, naturalmente, e em democracia é salutar que isso aconteça. Quando a pessoa não se sente bem num movimento político, ou não está de acordo com os caminhos seguidos pelo seu líder, é natural que as pessoas saiam. Isso, na democracia, é saudável, não tem qualquer problema. Do MIM saíram umas quatro pessoas, de resto mantém-se toda a gente.

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Em coligação com partidos é mais fácil também apresentar a candidatura, não é preciso recolher assinaturas.

Esse trabalho, da outra vez, foi muito complicado e agora houve alteração da lei em relação aos movimentos independentes. Estávamos com algumas dificuldades, felizmente as coisas alteraram-se, mas nessa altura, há quatros anos, já deu muito trabalho e agora iria dar muito mais, se a lei anterior se tivesse mantido.

Foi por essa razão que se coligou com partidos? Para simplificar a possibilidade de ser candidato?

Sim. Quando nós vimos que a lei tornaria mais difícil a nossa candidatura, a presidente da concelhia do CDS em Palmela telefonou-me e disse-me que gostaria de falar comigo. Se a lei que se fez em Agosto do ano passado não fosse revogada, para concorrer às juntas de freguesia, Assembleia Municipal e Câmara Municipal, tínhamos de fazer cinco movimentos independentes. Era impossível concorrer nessas circunstâncias.

Mas concorrer com partidos não desvirtua a génese da sua actuação como movimento independente? Chegou a criticar o sistema e os partidos.

Não. Como estava a dizer, a presidente da concelhia do CDS ligou-me e, sabendo das circunstâncias em que estava e as dificuldades que havia para concorrer, com a lei que existia, disse-me que estava disponível para colaborar connosco, no sentido de nós podermos participar em todas as freguesias, com o apoio do CDS, mas que respeitava a nossa total independência. Como deve ter reparado, na nossa campanha publicitária, nos outdoors principalmente, o que encontra é praticamente um MIM com o apoio do CDS. O CDS também tem valores e também traz alguns elementos que vão concorrer na nossa lista. Mas a independência vai manter-se totalmente, tal como era anteriormente. Não vai ser beliscada de maneira nenhuma.

Álvaro Amaro, quando se lhe pergunta sobre os movimentos independentes, diz que há pessoas que têm sede protagonismo, que há interesses”…

Mas será ele que tem sede de protagonismo ou sou eu? Se ele diz isso, ele também é candidato de um partido político. Se calhar também tem sede de protagonismo.

Sente que estas acusações são dirigidas à sua candidatura?

Provavelmente são dirigidas à minha candidatura, mas também podem ser dirigida à outra candidatura independente. Pode ser dirigida a qualquer um. O senhor presidente da Câmara, Álvaro Amaro, tem toda a liberdade para fazer as críticas que entender. Se eu quiser, também posso fazer e já lhe tenho feito muitas. Isso é democracia. Aceito perfeitamente qualquer tipo de crítica, desde que seja dentro da razoabilidade.

Quando se candidatou pela primeira vez, era o único candidato independente. Agora, como já referiu, há um outro, Carlos de Sousa. Não receia que esta outra candidatura possa ocupar o espaço que inicialmente era seu?

Não, de maneira nenhuma. Aliás, o Carlos de Sousa esteve no MIM durante um ano. As coisas não aconteceram porque ele tem uma perspectiva diferente daquilo que quero para o concelho. Ao longo desse tempo, chegamos à conclusão de que o melhor era cada um seguir a sua candidatura e foi isso que aconteceu. Em democracia é salutar.

Como vê estes quatro anos de actividade do MIM e dos seus eleitos? O que é que Palmela ganhou em ter, por exemplo, um vereador do MIM?

Ganhou muita coisa. Chamadas de atenção sobre várias situações do concelho com que não estávamos de acordo e que era preciso melhorar. Ganhou uma análise, propostas e ideias diferentes na Câmara Municipal. Dou-lhe o exemplo da viatura da prestação de serviços de cuidados médicos que foi inaugurada há pouco tempo, que foi o MIM que propôs à Câmara Municipal. Todo o apoio que foi dado, nestes últimos anos, aos bombeiros, foi, por norma, o MIM que pressionou para que isso acontecesse. Ultimamente temos pressionado a Câmara por causa da limpeza dos espaços públicos e da recolha dos resíduos. Temos feito aquilo que é possível a quem tem um vereador. Temos lutado o máximo possível para termos um concelho melhor e para que as pessoas possam ter qualidade de vida.

Sobre a limpeza do espaço público, já referiu que “chegámos a um estado caótico”. É assim tão mau?

É. O espaço da Freguesia de Pinhal Novo ou na Freguesia da Quinta do Anjo, naqueles espaços verdes e principalmente na zona rural. O que se encontra é catastrófico, uma calamidade autêntica.

O presidente da Câmara diz que isso se justifica pela dimensão geográfica do concelho e também porque as pessoas não cumprem o seu dever e colocam os monos de qualquer maneira. Não é apenas isso? É responsabilidade municipal?

Eu preferia que o presidente da Câmara enfrentasse as coisas e as resolvesse, que não viesse constantemente, quando há um problema qualquer, com uma desculpazinha aqui e outra acolá. Aliás, ele é muito hábil nesse aspecto. Por isso, preferia que ele enfrentasse as coisas quando lhe são propostas e resolvesse os problemas.

A higiene e limpeza é uma área que está atribuída a um vereador da oposição. Responsabiliza mais a CDU ou o PS?

Responsabilizo os dois. Se é uma área que não está a ser tratada como deve ser, os vereadores que têm os pelouros dessa área são os dois responsáveis por não estarem a fazer um trabalho em condições para darem qualidade de vida às populações.

Porque é que esse trabalho está a falhar e como pode ser melhor?

Pode ser melhor de várias maneiras. Já apresentei propostas em reunião de Câmara, como a possibilidade de fazer um protocolo com a GNR, para se fazer uma fiscalização mais “em cima”, para se poder acabar com esse problema. Penso que a GNR traz uma postura diferente à fiscalização das pessoas que não deviam colocar esses monos de lixo em locais que não são permitidos.

Álvaro Amaro diz que a GNR vai participar mais nessa fiscalização.

Essa foi uma sugestão do MIM. Se o presidente aceita, está de parabéns porque não aceita muitas coisas, mas algumas vai aceitando e isso já é bom. Essa era uma das situações. Outra coisa era existir mais publicidade, indicando os locais onde se faz a recolha ou haver mais locais de recolha de lixo. As pessoas, normalmente, atiram os monos para o lado do caixote. Se houvesse mais locais de recolha de monos, a situação teria tendência a resolver-se.

Tem sido muito crítico do funcionamento do Departamento do Urbanismo. Diz que “presta um mau serviço”. Neste mandato, houve melhorias ou não?

Não. Presta um péssimo serviço ao concelho. Sei até que há empresários que tem dificuldade quando precisam de qualquer documentação para poderem investir no concelho. O urbanismo funciona tão mal que basta ver as dificuldades que os empresários que estão a contruir em Vale Flores. Para terem energia eléctrica tem de ser com geradores, e trabalham com geradores há anos. Há prédios que estão prontos e as pessoas não podem habitá-los porque não têm electricidade. Isto é prestar um bom serviço aos empresários? Não é.

Que responsabilidade tem a Câmara nisso?

Acho que tem toda, ou o Pinhal Novo não pertence ao município de Palmela? Ou Vale Flores não está no município de Palmela? Se calhar, quando receberam os dinheiros das infra-estruturas, se tivessem feito tudo…

Como sabe essa urbanização foi de uma empresa que entretanto faliu. A infra-estruturação tem vindo a ser feito pela Câmara, inclusive os PT para a electricidade.

As poucos vai fazendo e atrasado, muito atrasado.

E como podia melhorar o serviço de urbanismo?

Temos de ter técnicos em quantidade e em qualidade. Isso é importantíssimo, é o caminho a seguir. Há câmaras municipais, à nossa volta, que, qualquer tipo de projecto que se entregue, ao fim de uma semana as pessoas estão a ser contactadas para lá ir e tentar rapidamente resolver. Na Câmara de Palmela entrega-se o projecto e ao fim de meses é que se chamam as pessoas para poder avançar e depois demora. Até para fazer uma simples casa demora um ano e meio, às vezes dois anos, para as pessoas conseguirem tirar o alvará.

O município apresenta o Gabinete de Recuperação do Centro Histórico como exemplo de que há áreas desse departamento que funcionam bem. Reconhece?

Tem feito algumas coisas, se calhar podia ter feito muito mais. Por exemplo, há críticas em relação às obras do castelo e acho que aí o acompanhamento não foi muito bem feito.

Quais são as linhas principais do seu programa para estes quatros anos?

Essencialmente alterar e preparar o urbanismo para que possa responder aos municípios e às empresas. Isso é importantíssimo para o desenvolvimento do concelho. Depois a recolha do lixo, que é uma situação que tem dede ser resolvida urgentemente. Porque os visitantes ficam com má imagem do concelho. Podemos fazer muita campanha publicitária, mas quando as pessoas nos visitam e encontram o estado em que está o concelho, vai tudo por água abaixo.

Não sei se há mais alguma coisa que queira destacar do seu programa?

O nosso programa vai sair em breve, com muitas novidades de apoio à terceira idade e aos jovens, e mais apoio à Protecção Civil no concelho. A Câmara não é das que apoia pior os bombeiros, mas é preciso apoiar um pouco mais porque, actualmente, dá para fazer a gestão corrente, mas não chega para a renovação da frota, principalmente para combate de incêndios florestais e urbanos. Estamos com carros com 20 e tal anos, precisamos de outro tipo de apoio para podermos, aos poucos, ir renovando essa frota que é importante para garantir a segurança dos cidadãos do concelho de Palmela.

Há quatro anos teve menos votos nas freguesias mais rurais. Como procurou enfrentar isso desta vez?

Melhorámos os candidatos nessas zonas rurais. Por acaso no Poceirão e Marateca temos uma candidata que é presidente do rancho folclórico, está muito ligada ao meio rural e penso que vamos melhorar a votação. Em Palmela temos a Linda Oliveira, que é a actual tesoureira da Junta de Freguesia, que está a fazer um bom trabalho. Penso que também ai vamos melhorar na votação. No Pinhal Novo espero melhorar também.

No Pinhal Novo ultrapassou os 10%. Acha que ainda é possível subir essa fasquia?

Acho que é possível subir. A minha perspectiva é que vamos melhorar o resultado na votação

Como vê o facto de haver tantos recandidatos? Os principais partidos e também o MIM, apresentam as mesmas figuras. Que significado é que isto tem?

Não sei. Acho que todos querem contribuir para o desenvolvimento do nosso concelho. É a democracia a funcionar.

E a quantidade de candidaturas, terá alguma relevância?

Vai ser um ano diferente, sim. Serão à volta de nove forças políticas a concorrer para nove lugares no executivo. Vai ser complicado, vai-se dividir o eleitorado. Mesmo aqueles que vão ter poucos votos sempre tiram votos.

O José Calado já disse que, neste quadro, é possível haver maioria na Câmara só com dois vereadores.

Não tenho dúvidas. Estou convencido que vai acontecer isso e que com dois vereadores é possível ser presidente de Camara. Estou convencido até que vai acontecer isso.

Se não houver uma maioria absoluta, sendo eleito está disponível para ajudar a fazer um executivo maioritário?

Depende. Da outra vez cheguei a ser convidado também para participar no executivo e não aceitei, porque não chegámos a acordo. Depende das circunstâncias. Vamos ver quem ganha as eleições, depois o que propõe para o MIM poder participar no executivo.

Apoio à produção: Adrepal – Espaço Fortuna, Artes e Ofícios

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