Novo aeroporto, Terceira Travessia do Tejo e extensão do metro a toda a Península foram temas transversais em conferência
O município do Barreiro mereceu elogios de Ana Paula Vitorino, presidente da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), pela contribuição para a mobilidade e transportes na Área Metropolitana de Lisboa.
“Reconhecemos que o Barreiro faz um esforço muito especial relativamente à questão dos transportes. Há que que reter que é dos poucos municípios no nosso País que tem uma empresa municipal de transportes públicos, o que representa só por si um esforço adicional, quer em termos financeiros, quer em termos de trabalho, de ocupação e, portanto, este é um pouco o reconhecimento que nós sabemos que o Barreiro está a fazer um papel importante em termos da mobilidade e dos transportes”, revelou a O SETUBALENSE.
A responsável falava à margem da conferência “Contratos de Serviço Público de Passageiros de 1.ª Geração – Balanço e Futuro”, promovida pela AMT e que preencheu, durante o dia de ontem, a totalidade do Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC), no Barreiro.
Lembrando a Terceira Travessia do Tejo, e as ligações ferroviárias que esta poderia possibilitar, a presidente da AMT considera que “há um link que falta no sistema ferroviário, seja pesados, seja ligeiros, que é o eixo de Lisboa-Barreiro e para o resto da margem sul”.
Para Frederico Rosa, líder do executivo camarro, o transporte público da cidade – Transportes Colectivos do Barreiro (TCB) – é já uma marca identitária do município. “Para nós o transporte público faz parte da cidade e esta reflexão vai ter um impacto no futuro”.
Numa sessão que juntou autarcas e entidades de todo o País o AMAC teve casa cheia. “É extraordinário ver o AMAC cheio de gente a reflectir e a discutir sobre o transporte público nas diferentes vertentes. No Barreiro, não posso dizer que não ficamos super orgulhosos de
receber uma conferência como esta. Nós somos um concelho de transporte público”.
Três “invariantes” necessárias à região
A construção do novo aeroporto, a Terceira Travessia do Tejo e a extensão do metro sul do Tejo a toda a Península de Setúbal, foram três dos temas que nunca deixaram de estar em cima da mesa de discussões durante todo o período da conferência.
Ana Paula Vitorino revelou que fez chegar à Comissão Técnica Independente (CTI), debruçada sobre a localização do novo aeroporto, um estudo onde enumera as infra-estruturas “invariantes” que são necessárias para ‘fazer mexer’ o País.
“A AMT já fez um estudo para a CTI dizendo quais são os invariantes e quais são as infra-estruturas que têm de ser consideradas, e um desses invariantes. O novo aeroporto de Lisboa tem que ser considerado em qualquer esquema de política pública; a alta velocidade ferroviária na ligação a Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid; e, a Terceira Travessia do Tejo, quer haja ou não aeroporto na margem sul, porque é o colmatar de uma deficiência do sistema ferroviário nacional”.
Sobre estas duas últimas estruturas o autarca barreirense remete-as para “reflexão estratégica”. “É fundamental falarmos da terceira travessia e naquilo que tem a ver com a ferrovia, com a ligação das duas margens, assim como, por exemplo, o metro Sul do Tejo, do alargamento a toda a Península. São momentos como este que nos trazem esta reflexão estratégica de um todo para podermos perspectivar o futuro”.