19 Maio 2024, Domingo

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Funeral de António Cordeiro marcado para dia 8 no crematório da Quinta do Conde

Funeral de António Cordeiro marcado para dia 8 no crematório da Quinta do Conde

Funeral de António Cordeiro marcado para dia 8 no crematório da Quinta do Conde

Artista sofria de doença rara e deu primeiros passos no mundo artístico na cidade do Barreiro

 

O funeral do actor António Cordeiro, que faleceu no passado sábado, aos 61 anos, está marcado para a próxima segunda-feira, dia 8, data em que o seu corpo estará na capela da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, onde o artista natural de Pias (Serpa), residia desde a década de 60, sendo uma figura bastante acarinhada e reconhecida por toda a comunidade barreirense.

Devido à crise pandémica, a última homenagem ao actor, que sofria desde 2017 de paralesia supranuclear progressiva, uma doença rara, degenerativa, está reservada apenas a familiares e amigos, num máximo de dez pessoas, com a cerimónia fúnebre acontecer durante a tarde, no complexo funerário da Quinta do Conde (Sesimbra), onde o seu corpo será cremado.

Desde que lhe havia sido diagnosticada a doença, António Cordeiro viu-se obrigado a afastar-se, aos poucos, da sua actividade profissional, numa carreira com prestações dadas tanto no teatro, como no cinema e na televisão, ao longo de três décadas. A informação sobre a sua morte foi feita pela Academia Portuguesa de Cinema, todavia, os primeiros passos pelo mundo artístico foram dados no Barreiro, motivado por amigos de infância que impulsionaram a criação do Grupo de Teatro “A Tribuna”, no Clube Dramático de Instrução e Recreio 31 de Janeiro “Os Celtas”.

Presidente da Associação “Um Lugar Improvável”, desenvolveu com a autarquia local, em 2014, um projecto de promoção, criação e divulgação cultural, numa altura em que, paralelamente, participava nas gravações da novela “Mar Salgado” (SIC), na cidade de Setúbal, nomeadamente, nas instalações do Mercado do Livramento.

Foi também no Barreiro que foi homenageado, durante a 13ª edição da Mostra de Teatro do Lavradio, na SFAL, e que recebeu da câmara municipal, em 2019, a distinção “Barreiro Reconhecido” na área da Cultura.

Recorde-se que na televisão, o actor foi revelado num papel secundário da série “Duarte & Cª”, no ano de 1987, contudo, foi como protagonista da série policial “Claxon”, estreada em 1991 na RTP, que se tornou conhecido do grande público.

Deste então, trabalhou nos filmes “O Processo do Rei” (1990), “Os Olhos da Ásia” (1996) e “Duas Mulheres” (2009), realizados por João Mário Grilo, entre outras películas. António Cordeiro formou-se na Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa, tendo o seu trabalho sido regular desde a década de 80, com companhias como a Cassefaz e a Persona – Teatro de Comédia, grupo de que foi fundador.

Nos palcos, o actor passou também por diversos espaços lisboetas, onde interpretou variados autores, tais como o Teatro Aberto, a Companhia Teatral do Chiado e o Teatro Nacional D. Maria II, onde integrou a peça “Cenas de uma tarde de Verão”, de Jorge Guimarães, com encenação de António Rama. Em 2004, o artista fez parte de “Portugal – uma comédia musical”, da autoria de Nuno Artur Silva e Nuno Costa Santos, com encenação de António Feio, que esteve em cena no Teatro São Luiz. Enquanto encenador, dirigiu ainda a peça “Perdi a mão em Spokane”, de Martin McDonagh, que levou à cena em 2012, no Teatro Villaret.

A sua performance na televisão incluiu igualmente séries de ficção, comédias e telenovelas, na RTP, TVI e SIC onde, além de “Mar Salgado”, integrou também o elenco de “Perfeito Coração” (2009), “Laços de Sangue” (2010), “Coração d’Ouro” (2016) e, mais recentemente, “Espelhos d’Água” (2017/18), um dos seus últimos trabalhos em produções televisivas.

Ministra destaca “coragem” de um “intérprete talentoso”

No último domingo e numa nota de pesar, a Ministra da Cultura, Graça Fonseca, destacou a “coragem” e recordou o percurso de António Cordeiro, assim como as suas “muitas facetas”. Para a governante, o actor construiu, quer nos palcos como no grande ecrã, “um
legado de emoções, de sorrisos e de imaginação transformada em material autêntico, algo pelo qual sempre lhe seremos gratos”, sublinhou.

Para a responsável, “no momento difícil que vivemos, a perda daqueles que foram marcando a nossa cultura deve ser sempre vista com os olhos no talento e no exemplo que nos deixam”, acrescentando que a frontalidade com que “enfrentou a doença que, nos últimos anos, o incapacitou são exemplos das características que, ao longo da sua carreira, sempre mostrou”, frisou.

Com Lusa

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