Leonor Freitas, empresária da Casa Ermelinda Freitas, é um dos protagonistas de “Setembro a Vida Inteira”, “o primeiro documentário cinematográfico sobre o mundo do vinho português”, realizado por Ana Sofia Fonseca, natural de Vila Nogueira de Azeitão. A produção, já premiada no estrangeiro, estreia em Setúbal na quinta-feira
O filme-documentário “Setembro a Vida Inteira”, realizado por Ana Sofia Fonseca e produzido pela Carrossel Produções, vai estrear no Cinema City do Centro Comercial Alegro Setúbal na quinta-feira, 15, às 19h30, assumindo-se como “o primeiro documentário cinematográfico sobre o mundo do vinho português”.
No documentário, que aposta numa “linguagem intimista e cinematográfica onde as histórias do vinho e das gentes do vinho são passaporte para descobrir Portugal”, a realizadora, natural de Vila Nogueira de Azeitão, revela “quem são as pessoas que produzem o vinho” e conta as suas histórias.
“Isto tem particular interesse porque é um universo de paixão”, mas também um olhar sobre as “relações entre quem tem a terra e quem a trabalha. É um pouco um convite à reflexão sobre a condição humana, não é um filme só sobre o vinho”, explicou Ana Sofia Fonseca ao DIÁRIO DA REGIÃO.
A realizadora teve a preocupação de contar histórias diversas, a nível geográfico e narrativo. No filme surgem, por exemplo, “famílias que há 200 anos que estão no vinho, até pessoas que começaram há pouco tempo e que até vieram de condições de vida muito difíceis e que hoje em dia têm empresas grandes de vinho. É o caso da Herdade da Malhadinha e da Casa Ermelinda Freitas, que do nada criaram tudo”, contou.
Veja, abaixo, o trailer de “Setembro a Vida Inteira”.
https://vimeo.com/228804488
Leonor Freitas, a família Guedes, da Sogrape, a família Olazabal, da Quinta do Vale Meão, os Soares, da Herdade da Malhadinha, Luís Pato, Ricardo Diogo, Dirk Niepoort e outras histórias “mais curiosas, como um vinho feito na prisão ou um vinho guardado pelos Monges da Cartuxa”, são os protagonistas do filme. “Este filme humaniza o vinho porque mostra-lhe os rostos”, sintetizou a realizadora.
“Setembro a Vida Inteira”, o primeiro documentário de Ana Sofia Fonseca para cinema, estreou num festival internacional de cinema nos Estados Unidos e no MOST – International Wine&Cava Film Festival, em Espanha, onde ganhou o Grande Prémio do Júri pela “qualidade cinematográfica, narrativa e estética”. A banda-sonora original conta com uma adaptação do popular fado “Oiça lá ó senhor vinho” assinada por Jorge Palma.
A ideia de produzir o documentário surgiu em 2003, quando Ana Sofia Fonseca, jornalista, iniciou uma investigação para escrever a obra “Barca Velha, Histórias de Um Vinho”. Em 2015 começaram os trabalhos de produção, a cargo da Carrossel Produções, com as gravações a decorrerem em Palmela, na Bairrada, Douro, Alentejo e Madeira.
Ana Sofia Fonseca, 39 anos, fez o ensino secundário numa escola de Setúbal e licenciou-se em Comunicação Social e Cultural pela Universidade Católica Portuguesa. Como jornalista, dedica-se a histórias de vida e temas de direitos humanos, escrevendo também sobre o mundo do vinho e percorrendo Portugal e o mundo de lés-a-lés.
No seu portefólio audiovisual contam-se várias reportagens em programas como “Histórias com Gente Dentro” e “O Meu Pequeno Mundo”, da SIC, entre outros. Na escrita, tem várias obras publicadas e prémios de jornalismo, nomeadamente o Prémio Gazeta e o Prémio “Direitos Humanos e Integração” da UNESCO.
O documentário estreia nas salas Cinema City de Setúbal, Lisboa (Alvalade) e Leiria no dia 15 de Março, com exibições diárias sempre às 19h30, e deverá percorrer depois os cineteatros de todo o país.
Leonor Freitas e Festa das Vindimas representam região de Setúbal
Leonor Freitas, empresária da Casa Ermelinda Freitas, uma das principais empresas vitivinícolas da Península de Setúbal, é um dos protagonistas de “Setembro a Vida Inteira” e surge na narrativa como empresária, mostrando um pouco do seu dia-a-dia, mas também como personalidade da região ao participar na cerimónia de eleição da Rainha das Vindimas numa das edições da Festa das Vindimas, em Palmela.
A dias da exibição do documentário nas salas nacionais, a reconhecida empresária faz um balanço positivo da sua participação, explicando que se disponibilizou a participar no filme “no sentido de poder representar a região vitivinícola”, associando-se às festas tradicionais de Palmela “que tanto significado e antiguidade têm em relação às vindimas e ao vinho”.
Sobre o facto de o documentário ter ganhado o Grande Prémio do Júri no festival espanhol, Leonor Freitas confessou estar “muito satisfeita”, reservando as melhores expectativas para o acolhimento público do filme.