Álvaro Balseiro Amaro, reeleito presidente da Câmara sem maioria absoluta, guarda estratégia a ‘sete chaves’ e escusa-se a comentar possibilidade de acordos com a oposição. Vias de acesso e NUTS reclamadas à tutela
O novo executivo camarário de Palmela vai ser empossado na próxima segunda-feira, 18, a partir das 20h30, no Cine Teatro S. João. Reeleito para um terceiro mandato – segundo consecutivo sem maioria absoluta –, o presidente Álvaro Balseiro Amaro (CDU) escusa-se a comentar a possibilidade de atribuir pelouros à oposição, de forma a garantir estabilidade governativa, como sucedeu há quatro anos quando optou por estabelecer “pontes” com o vereador socialista Pedro Taleço.
A decisão (tabu) sobre uma eventual renovação do entendimento com o PS ou até mesmo de um outro acordo com diferente força partidária fica reservada para o dia da cerimónia. E até mesmo as prioridades de acção para o arranque deste novo exercício – último consecutivo que irá cumprir, por força da lei de limitação de mandatos – não suscitam, por agora, considerações para lá das que fez no discurso que apresentou no passado dia 29, na cerimónia do 30.º aniversário da Visteon. E no centro das preocupações estão algumas obras estruturais e decisões da responsabilidade da tutela, conforme vincou o edil, numa espécie de recado dirigido ao ministro do Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, presente na cerimónia.
Em Palmela “há dinâmica”, “há ainda espaço para crescer, para continuar a alavancar desenvolvimento e a dar resposta aos desafios”, disse Álvaro Amaro, com um alerta de seguida: “Mas não podemos fazê-lo sozinhos.” O município, sustentou o edil, “tem investido milhões de euros do seu orçamento na beneficiação de vias de acesso a unidades industriais de importância vital para o País e para a sua balança comercial”, o que merece “uma outra atenção por parte da administração central”.
Preocupações prioritárias
“Vimos reivindicando, há muitos anos, a requalificação das circulares norte e sul da Autoeuropa para melhoria do acesso à rede rodoviária regional e nacional, parte integrante, também, do conjunto de propostas de importância estratégica para a região que apresentámos, em sede de discussão do Plano de Recuperação e Resiliência [PRR]”, apontou, sem deixar de salientar também “a requalificação das áreas de acolhimento empresarial Vale do Alecrim/Carrascas, Palmela/Biscaia e Vila Amélia/Autoeuropa”, assim como “a construção das variantes às EN379 e EN252, previstas desde 1997”. Vias que, frisou, “não servem apenas o concelho” mas também “a região e o País” e que, “face aos elevados preços das portagens, sofrem com a circulação contínua de pesados, para abastecimento das várias áreas empresariais”.
Outra das prioridades focadas por Álvaro Amaro prende-se, de resto, com o acesso aos fundos comunitários por parte da região. Factor que o presidente da autarquia de Palmela fez também questão de lembrar, no discurso, ao membro do Governo. “Neste contexto, não poderia deixar de recordar a Resolução 240/2021 da Assembleia da República, que faz um conjunto de recomendações ao Governo, no sentido de restaurar a NUTS III Península de Setúbal e estudar a criação da NUTS II, sem esquecer, ainda no âmbito do Portugal 2030 e do PRR, medidas urgentes de compensação face às desigualdades de acesso aos fundos estruturais europeus por parte dos diversos agentes desta região”, atirou.
O novo executivo municipal presidido por Álvaro Amaro é constituído por Fernanda Pésinho, Luís Miguel Calha e Maria João Camolas (eleitos pela CDU), Raul Cristóvão, Mara Rebelo e Pedro Taleço (pelo PS), Carlos de Sousa (pelo Movimento de Cidadãos pelo Concelho de Palmela) e Paulo Ribeiro (pelo PSD). Na cerimónia de dia 18 será também dada posse à Assembleia Municipal.
