Presidente Francisco Jesus diz que a Agência do Ambiente já ponderou, pelo que tem a expectativa de que a operação seja feita com dragagens
O processo de abertura da Lagoa de Albufeira ao mar terminou a 18 de Maio e pode ter sido a última vez em que esta operação se realizou com recurso a maquinaria em terra. Este é, pelo menos, o desejo do presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, que vê nas dragagens a solução para abertura do canal, entre a lagoa e o oceano.
“Temos verificado que o assoreamento da Lagoa de Albufeira, principalmente na zona vestibular, dificulta cada vez mais a abertura do canal”, afirma o autarca. “É necessária uma intervenção de fundo que não se consegue com o recurso a maquinaria em terra, tem de ser feita por draga, não só para abertura de um canal mais profundo para oxigenação e circulação das águas, mas sobretudo para desassorear uma parte da zona vestibular que é o grande obstáculo para esta operação”.
Segundo o autarca, desde 2018 que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tem estudado a possibilidade do recurso a dragagens para abrir a lagoa ao mar. Um processo que, diz, “já esteve em discussão pública e tem estudo de impacte ambiental”. A questão “mais complexa” era o “tipo de operação e deposição dos dragados”, de forma ambientalmente segura.
Com o processo de execução “já concluído”, os contactos entre a Câmara Municipal e a Administração da Região Hidrográfica do Tejo – APA, abrem a “expectativa de que em 2024 já se possa avançar com a operação feita por dragagens”, adianta o autarca a O SETUBALENSE.
Contudo, da expectativa à concretização “ainda há um longo caminho a percorrer”. Sublinha o presidente que “há uma indicação informal que pode ser possível o recurso a dragagens, mas não há certezas”. Seja como for, garante que a Câmara Municipal “vai continuar a fazer ver à APA que a operação com recurso a draga tem de ser feita, por existir o risco de que qualquer dia não é possível fazer a operação regular, por a areia impossibilitar essa intervenção”.
A abertura da lagoa “é fundamental para a manutenção da qualidade da água e da biodiversidade deste sistema lagunar costeiro”, um dos mais relevantes do País, aponta Francisco Jesus, enquanto lembra que este ano os trabalhos decorreram entre dia 10 e dia 18 e “correram bem”.
Todos os anos a Lagoa de Albufeira é aberta com uso de maquinaria em terra e, depois, naturalmente, o canal fecha por altura do Outono-Inverno. E não é invulgar que ainda durante o Verão volte a fechar, obrigando a nova operação para abrir o canal.
As operações de abertura da lagoa, que se mantiveram mesmo durante a pandemia, são executadas pela Câmara de Sesimbra no âmbito do protocolo de delegação de
competências da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) celebrado em 2018 e renovado em 2020, o qual considera o financiamento da operação.