“Grupo” atua amanhã com a Orquestra Sinfónica Portuguesa numa das principais salas de espetáculos do Mundo. Tributo a Amália Rodrigues
Fazem parte do Conservatório Regional de Artes do Montijo (CRAM) e integram a Orquestra Sinfónica Portuguesa do Teatro São Carlos, que se prepara para pisar um dos palcos mais conceituados do Mundo. Ilídio Massacote (diretor pedagógico do CRAM e tuba solista A na sinfónica) e os professores Cecíliu Isfan (viola de arco), António Figueiredo (violino), Emídio Coutinho (violoncelo) e o fagotista Carolino Carreira (ex-docente do CRAM) são cinco dos 83 músicos da orquestra lusa dirigida por Jan Wierzba, que vai atuar amanhã, pelas 20 horas, na principal sala de espetáculos do Carnegie Hall (Stern Auditorium), em Nova Iorque, Estados Unidos da América.
Depois de Amália Rodrigues (em 1952 e 1975), esta será a primeira vez que aquele prestigiado espaço nova-iorquino receberá uma atuação portuguesa. Uma atuação de tributo à fadista, com a estreia mundial do espetáculo “Amália na América – Além do Fado”, que conta também com a participação de três vozes solistas: Ricardo Ribeiro, Cristina Branco e Raquel Tavares.
Antes da partida para os Estados Unidos, prevista para o final da tarde de ontem, Ilídio Massacote revelou o estado de espírito que reina na orquestra. “Sentimos o peso da responsabilidade e ansiedade. Mesmo com mais de 40 anos de carreira, não há vez nenhuma que entre para o palco e que não sinta um pouco de ansiedade. Mas, a ansiedade é boa, desperta os sentidos, eleva-nos a adrenalina, aumenta-nos a concentração e temos o foco todo naquelemomento”, diz o músico, que é considerado uma referência internacional entre os intérpretes profissionais de tuba.
E o momento não é para menos. Até porque, defende, atuar no Carnegie Hall é uma oportunidade única, que pode ou não surgir ao longo de uma vida. “É um daqueles momentos pelos quais valeu a pena fazermos todos os sacrifícios que nós fizemos [ao longo de uma carreira]. É um orgulho. Se fizermos um paralelismo com o futebol, [atuar no Carnegie Hall] é o mesmo que estar numa final da Champions League”.
Sobre a denominação escolhida para o espetáculo, Ilídio Massacote explica que está ligada ao trajeto da fadista portuguesa por terras do Tio Sam. “A Amália, quando atuou no Carnegie Hall e também na Broadway, em vários espetáculos, não se limitou só a cantar fado, interpretou alguns temas da música americana. E este projeto passa por revisitarmos alguns desses temas, com uma ‘roupagem’ nova, com novos cantores e novos arranjos [musicais]”.
E o objetivo, não esconde, é triunfar. “É um motivo de orgulho para nós representarmos a música portuguesa num dos auditórios míticos em termos mundiais, que é o Carnegie Hall, e queremos sair de lá com uma ovação, com o público de pé a bater palmas”, conclui.
O projeto “Amália na América – Além do Fado” é uma iniciativa da “Égide – Associação Portuguesa das Artes”, que irá marcar o fim das comemorações dos 40 anos da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, e é dinamizado em parceria com o OPART/Teatro Nacional de São Carlos, com o alto patrocínio do Presidente da República.