O Hospital do Litoral Alentejano está com uma taxa de ocupação de 90% nos serviços de enfermaria para doentes infetados com covid-19 e de 70% em cuidados intensivos, revelou hoje a presidente do conselho de administração.
Em declarações à agência Lusa, a presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA), Catarina Filipe, explicou que, até ao momento, foram criadas “50 camas dedicadas ao internamento covid” no Hospital do Litoral Alentejano (HLA), que se encontra com “uma taxa de ocupação de cerca de 90%” nos serviços de enfermaria covid.
Neste momento, indicou, “estão internados 45 doentes nos serviços covid” e “sete pessoas nos cuidados intensivos” do HLA, que abrange os concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira (Beja).
A medicina intensiva do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém, que serve uma população de cerca de 100 mil habitantes, conta “com dez camas” dedicadas aos cuidados intensivos covid”, o que corresponde a “uma taxa de ocupação de 70%”.
Destas dez camas de cuidados intensivos existem apenas “três vagas”, referiu a responsável que mostrou preocupação perante os números elevados da taxa de ocupação.
“Ainda temos capacidade para aumentar mais camas, a curto prazo, e, eventualmente, podemos transformar outro serviço em internamento covid”, avançou a administradora, alertando para a “falta de recursos humanos” que já obrigou “a suspender a atividade não urgente, no que respeita às cirurgias”.
De acordo com Catarina Filipe, foram “reforçadas as equipas com a colaboração de enfermeiros de outras áreas que, na primeira vaga da pandemia, tinham sido mobilizados. Isto não significa que, havendo necessidade de abrir mais camas, não tenhamos de ir buscar enfermeiros a outras áreas”.
As equipas “estão muito cansadas porque, de um momento para o outro, houve um aumento de internamentos e o tipo de doentes é diferente. Se durante a primeira vaga tivemos poucos doentes internados, agora são utentes mais novos que necessitam de maior vigilância médica e de enfermagem”, adiantou.
A mortalidade em ambiente hospitalar também aumentou, “entre doentes covid e não covid”, tendo sido instalada uma câmara frigorífica para acondicionamento dos corpos dos utentes falecidos, de modo a reforçar a capacidade do Instituto de Medicina Legal (IML).
“A semana passada tivemos alguns óbitos e, como a capacidade instalada na nossa medicina legal, em termos de câmaras frigoríficas, não é muito grande, achámos ser prudente pedir uma câmara que foi instalada na última quarta-feira”, acrescentou.
A responsável esclarece que o contentor frigorífico, de 12 metros, foi colocado nesta instituição “não pela necessidade urgente de ter uma câmara frigorífica tão grande, mas porque o IML tinha apenas as maiores disponíveis”.
Lusa