Crime foi cometido em contexto de violência doméstica. Agressor e vítima estavam casados há 20 anos
O Tribunal de Almada condenou a 17 anos e seis meses de prisão Jorge Monteiro, engenheiro no Porto de Lisboa com 56 anos, a 17 anos e seis meses de prisão, pelo homicídio qualificado da sua esposa, Ana Paula Rodrigues, em casa no dia depois do Natal.
O agressor degolou a mulher quando esta estava a tomar banho e após ver mensagens no telemóvel desta. O crime foi cometido em contexto de violência doméstica. Agressor e vítima estavam casados há 20 anos.
O crime ocorreu no nº 97 da Avenida Pinhal do Vidal, em Corroios, na manhã do dia 26 de Dezembro de 2022. O filho do casal, com 22 anos, tentou salvar a mãe, mas sem sucesso.
Jorge Monteiro aproveitou que a companheira tomava um banho para lhe espiar o telemóvel. Encontrou uma troca de mensagens de conteúdo aparentemente amoroso com um homem e foi confrontar o filho, questionando se sabia quem era esse homem.
Movido por ciúmes, arguido dirigiu-se então à sala e retirou de dentro de um móvel um punhal. De faca em riste, entrou na casa de banho e entrou para o interior do poliban, onde Ana Paula Rodrigues se encontrava. Sem perguntar nada, o arguido desferiu vários golpes no pescoço e face da vítima, fazendo com que esta caísse com as costas no chão e a cabeça apoiada na pedra.
O filho do casal partiu em socorro da mãe e dentro da casa de banho, atirou um balde contra o seu pai, tentando que este parasse com as agressões, mas sem sucesso. O jovem conseguiu fugir para a rua e pedir ajuda.
A PSP já tinha sido alertada e entrou na habitação, encontrando o arguido a tentar matar-se com a mesma arma do crime. Aos agentes afirmou que a vítima “o andava a trair, que tinha problemas psiquiátricos e que a medicação não estava a fazer afeito, sentindo-se desprezado pela esposa e pelo filho”, pode-se ler na acusação dada como provada em tribunal. Jorge foi detido em flagrante delito e transportado para o hospital. Ficou em prisão preventiva, sem ser presente a juiz e antes de ter alta.
Ana Paula, natural de Vinhais, lojista em Lisboa era tida como extrovertida e alegre. Jorge Monteiro, pelo contrário, era tido como homem de poucas palavras, que ferve em pouca água, discutia com jovens que conviviam junto da sua casa.