Comissão Independente aponta Alcochete para receber novo aeroporto de Lisboa

Comissão Independente aponta Alcochete para receber novo aeroporto de Lisboa

Comissão Independente aponta Alcochete para receber novo aeroporto de Lisboa

Entra amanhã em consulta pública o relatório preliminar, que poderá receber contributos até 19 de Janeiro

O Campo de Tiro de Alcochete foi apontado pela Comissão Técnica Independente (CTI) como opção mais vantajosa para localizar o novo aeroporto internacional de Lisboa. O relatório apresentado ontem, na sede do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, entra amanhã em consulta pública e poderá receber contributos até 19 de Janeiro do próximo ano.

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Das nove opções estudadas, a CTI considera no relatório preliminar duas soluções viáveis para um ‘hub’ – aeroporto que funciona como plataforma de distribuição de voos – intercontinental, o Campo de Tiro de Alcochete + O Aeroporto Humberto Delgado, isto até ficar unicamente o aeroporto em Alcochete, no mínimo com duas pistas.

Para a CTI as soluções inicialmente analisadas consideraram sempre a opção dual, em que o Aeroporto Humberto Delgado tem o estatuto de aeroporto principal, sendo as localizações estudadas (Alcochete, Montijo, Santarém, Vendas Novas, Rio Frio – Poceirão) tidas como complementares, isto até que o novo aeroporto substitua de forma integral o actual na Portela.

Vendas Novas ainda chegou a ser apontada pela CTI como opção bastante viável juntamente com o Humberto Delgado, até ser possível passar para infraestrutura única, mas Alcochete ganhou mais peso.

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Para o presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto (PS), a opção Campo de Tiro de Alcochete “já era esperada”, tendo em conta o acompanhamento que foi fazendo do trabalho da CTI, este ano. “O que nos foi transmitido era que Alcochete era a melhor perspectiva”, afirma ao O SETUBALENSE, mas vai sempre dizendo que a “decisão final é política”, ou seja, “é o governo que sair das legislativas de 10 de Março que vai decidir”, sublinha.

O que o autarca dá já como certo é que o trabalho feito pela comissão responsável pela avaliação ambiental estratégica para o aumento da capacidade aeroportuária da região de Lisboa “é rigoroso e sério” e elogia a coragem da mesma ao ter conseguido dar andamento a um projecto que “sendo difícil é importante para o País e para a região de Setúbal”.

Embora a decisão governamental sobre a localização do novo aeroporto ainda tenha de esperar até Março do próximo ano, havendo ainda a acrescentar cerca de uma década até que seja construído, diz Fernando Pinto que o concelho de Alcochete está preparado para o crescimento que esta infra-estrutura irá trazer.

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“Na revisão do Plano Director Municipal de Alcochete esse desenvolvimento já foi acautelado”, afirma o autarca. Um dos efeitos do crescimento, que “não será desmesurado”, será a construção da Terceira Travessia do Tejo. Mas também diz que “compete à autarquia proteger o que é bom, e conter o que é menos bom”, relativamente ao crescimento esperado.

Nada satisfeito com a proposta da CTI está o presidente da Câmara do Montijo. Para Nuno Canta (PS) a opção Campo de Tiro de Alcochete + Humberto Delgado vai “criar problemas ao País, a curto e médio prazo”.

Na sua opinião, a opção pelo Montijo – BA 6 – “seria mais célere”, e evitaria que o País “ficasse 10 a 15 anos à espera de um novo aeroporto”. Mas também diz que não coloca de parte a opção Alcochete, é que, seja como for, “a região de Setúbal será beneficiada”; o que não via com bons olhos era o novo aeroporto a ser construído a norte do Tejo.

As opções Humberto Delgado + Montijo e Montijo como foram classificadas pela CTI como “inviáveis para um ‘hub’ intercontinental”, por razões aeronáuticas, ambientais e económico-financeiras “devido à sua capacidade limitada para expandir a conectividade aérea”.

Por sua vez, Humberto Delgado + Santarém e Santarém como aeroporto único “não são opção por razões aeronáuticas”, apontou a comissão.

Presidente da Câmara de Palmela desvaloriza exclusão de Rio-Poceirão

O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro (CDU), desvalorizou ontem a exclusão da solução Rio Frio-Poceirão, naquele concelho, e afirmou-se satisfeito com a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI) de construção do novo aeroporto em Alcochete.

“A Câmara de Palmela sempre foi favorável, desde há muitos anos, à construção faseada de um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), primeiramente numa solução dual, com o aeroporto Humberto Delgado e Alcochete, até que seja possível abrir Alcochete como único aeroporto intercontinental de Lisboa, com duas pistas”, disse à agência Lusa o autarca.

Álvaro Amaro recordou que, em 2010, os municípios daquela zona já tinham “os seus planos directores municipais e o próprio Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (AML), que não foi aprovado com a saída de José Sócrates, em que se apontava para uma plataforma logística com uma rede de alta velocidade em conectividade e com um aeroporto na zona do CTA”.

Para o autarca de Palmela, a construção do aeroporto em Alcochete é a solução mais estudada nos últimos anos, pelo que considera não haver mais tempo a perder na tomada de decisão por parte do poder político.

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