Rui Laranjeira sai ao fim de quatro comissões por considerar que “as pessoas não se devem eternizar nos cargos”
Passados 16 anos de assumir funções enquanto comandante dos Bombeiros Voluntários de Águas de Moura, em Palmela, e “quase 27 de carreira”, Rui Laranjeira considerou que “chegou o momento” de abandonar o cargo e de ingressar no Quadro de Honra.
A O SETUBALENSE, explicou que o motivo que o levou a cessar funções recai sobre o facto de considerar que “as pessoas não se devem eternizar nos cargos”, sendo “fundamental renovar e revitalizar as instituições, deixar surgir e emancipar novos talentos que possam trazer consigo a frescura e jovialidade que estas precisam para se modernizarem e evoluírem”.
Assim, a “27 de Janeiro de 2021” solicitou o seu “ingresso no Quadro de Honra do Corpo de Bombeiros de Águas de Moura, com efeito no final do dia 31 de Maio de 2021”.
Cumpridas quatro comissões, a última “renovada pela direcção” por força da pandemia, teve a certeza daquilo que sempre foi a sua convicção: “uma comissão de cinco anos como comandante de um corpo de bombeiros era manifestamente insuficiente para concretizar o que fosse, duas comissões seria o ideal e três comissões o máximo”.
“Neste exercício de funções, iniciadas em 2005, nós acabamos por ir tendo algum desgaste, o que é normal. Foi sempre minha convicção que este seria o tempo ideal e máximo para exercer este tipo de funções, também de acordo com a experiência que fui tendo ao longo dos anos”, referiu.
Se tomasse hoje posse, afirma que “pouca coisa faria diferente”. “Obviamente que há sempre uma ou outra coisa que nós podemos melhorar, mas na essência faria tudo da mesma maneira”.
Em retrospectiva, diz abandonar o cargo “com pleno sentimento de missão cumprida”. “Faço um balanço muito positivo, quer seja do ponto de vista pessoal, profissional ou institucional”, disse.
Dos “desafios que foram aparecendo” aos “objectivos a que a corporação se foi propondo”, Rui Laranjeira destaca a renovação “dos equipamentos para o corpo de bombeiros, formações, aumento do efectivo e construção de um novo quartel, culminando com o ultrapassar de uma pandemia sem situações graves a registar e com a vacinação dos bombeiros totalmente completa”.
“Termino com plena consciência que muito fica por fazer, reflexo de uma constante dinâmica que sempre imprimimos na instituição e nas pessoas. Foram centenas de projectos concretizados e outros tantos que ficam lançados para se perfilarem com todos os novos que, entretanto, surgirão”, reforçou.
Apoio do corpo de bombeiros fundamental no seu percurso
Para Rui Laranjeira, o apoio de todos os que o acompanharam ao longo destes anos foi fundamental no desempenho das suas funções. “Com especial destaque para os “meus” bombeiros, 2.º comandante, adjunto de comando e direcção”, acrescentou.
Em seguida, afirmou que “um dos melhores relacionamentos profissionais” que manteve nesta década foi com “António Braz, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Águas de Moura”.
“Trabalhei com dois presidentes de direcção, com quem tive um excelente relacionamento, especialmente com o presidente António Braz, com quem trabalhei desde 2010/11 até à data. Sempre me deu apoio e suporte total em tudo aquilo que foram os objectivos e as missões em que nos envolvemos”, esclareceu.
Nesta fase de transição, entre a sua saída e a tomada de posse de um novo comandante, está à frente do comando do corpo de bombeiros o 2.º comandante Carlos Carapinha. “A associação e o corpo de Bombeiros de Águas de Moura têm um extraordinário potencial, humano e estrutural, que permite desempenhar um papel imprescindível no âmbito da sua missão e das actividades de protecção civil e socorro em Portugal”, considerou, a concluir.