4 Julho 2024, Quinta-feira

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CDU isolada na defesa do aeroporto no Campo de Tiro

CDU isolada na defesa do aeroporto no Campo de Tiro

CDU isolada na defesa do aeroporto no Campo de Tiro

Maioria socialista e vereador do PSD/CDS chumbam moção. Socialistas lembram que opção deixou há muito de estar em cima da mesa. CDU considera que não e defende construção faseada que possa substituir em definitivo o Aeroporto Humberto Delgado

A maioria socialista, acompanhada pelo vereador eleito pela coligação PSD/CDS, chumbou uma moção apresentada esta quarta-feira pela bancada da CDU, na reunião pública de câmara, a deliberar o apoio da autarquia à construção por fases do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete.

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No documento, além da construção faseada no Campo de Tiro, a CDU defendia que a futura infra-estrutura aeroportuária substituísse “em definitivo” o Aeroporto Humberto Delgado e, num segundo ponto, que a autarquia discordasse da hipótese da construção “de um terminal aeroportuário complementar” na Base Aérea n.º 6 (BA6).

A sustentar esta posição a CDU apresentou um conjunto de considerandos, alegando desde logo que “a opção pela BA6 não é economicamente mais favorável do que a opção pelo Campo de Tiro (1.ª fase)” e que “os riscos associados ao impacto ambiental da obra são reconhecidamente mais gravosos” na primeira opção (BA6). Mais: na óptica da CDU a opção pela BA6 “coloca seriamente em causa a saúde e integridade física das populações sobrevoadas a baixa altitude por aviões de média dimensão”, provocará um “aumento da poluição sonora e atmosférica nas zonas habitacionais” próximas e, além de tudo isso, constitui-se como uma “solução que se esgotará num prazo estimado de 15 anos, sem que exista qualquer possibilidade de expansão”.

Nesta matéria, quer a nível nacional quer local, a “geringonça” vira mais à direita e o resultado da votação não surpreendeu: a CDU ficou isolada e a moção/deliberação acabou chumbada com cinco votos contra (quatro do PS e um do PSD/CDS) e dois a favor dos vereadores comunistas.

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Nuno Canta acusa CDU de insistir em situação ultrapassada

O debate fez-se apenas entre as bancadas do PS e da CDU, com o presidente da Câmara, Nuno Canta, a considerar a moção deslocada no tempo. “O tempo não anda para trás. O Campo de Tiro foi uma questão que o Governo anterior (PSD/CDS) abandonou por razões conhecidas e a CDU insiste nesta situação que está ultrapassada”, disse o socialista, adiantando: “A Câmara, quando se começou a discutir as bases aéreas como alternativas de localização ao Campo de Tiro, defendeu o seu território.”

Nessa altura, recordou, o PS, em maioria relativa no executivo camarário, apresentou uma moção – a defender a localização na BA6 – que passou com o apoio da vereação do PSD, registando os votos contra da CDU. Além disso, Nuno Canta sustentou que a situação “foi inclusivamente sufragada nas últimas autárquicas”, acusando a oposição (CDU e PSD) de ter escondido o tema durante a campanha eleitoral.

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O socialista realçou também que, no âmbito da assinatura do protocolo entre o Governo e a ANA Aeroportos, foram executados vários estudos que atestam a viabilidade à localização na BA6 e que esta é, no plano económico, a melhor solução. “Se o Campo de Tiro desse lugar ao aeroporto, o Estado teria de comprar outro terreno para fazer treino aéreo [militar]”, afirmou, reforçando, por outro lado, que “fazer uma pista de novo é mais oneroso”.

Quanto aos impactos negativos, Nuno Canta foi peremptório: “Ou aceitamos desenvolvimento, maior volume da base económica da cidade, ou preferimos a estagnação e não teremos poluição. Não podemos nos desenvolver sem consequências. Por isso é que existem estudos que visam mitigar essas consequências ambientais.”

O presidente da autarquia criticou ainda o posicionamento da CDU. “Esta posição colocou a CDU no lado errado da história”, atirou, acusando mais à frente a coligação de “infantilidades políticas”.

A socialista Maria Clara Silva, vice-presidente da Câmara, interveio depois para vincar que a moção da CDU só tinha um objectivo: “dizer que o PS é contra a construção do aeroporto no Campo de Tiro”.

“Isso não é verdade. O PS sempre foi a favor da construção no Campo de Tiro, mas quando esta solução estava em cima da mesa. O Governo alterou a situação e apresentou outras alternativas com a Câmara a optar pela da BA6 entre outras que não eram do seu território.”

Especificações mínimas do NAL em xeque

Carlos Jorge de Almeida, vereador da CDU, que apresentou a moção, viria ainda a contra-argumentar com os socialistas e lançou mão do anexo 16 do contrato de concessão da ANA Aeroportos que estipula as especificações mínimas para o Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) e que, sublinhou, “está em vigor”.

“Nos pressupostos operacionais ‘as duas primeiras pistas deverão ter um comprimento aproximado de quatro mil metros, estar afastadas, entre si, de 1980 metros e deverão poder ser operadas independentemente uma da outra’”, citou o comunista, alegando que estes mínimos são impossíveis de cumprir no espaço da BA6, observação que não viria a merecer “tréplica” dos socialistas.

Saudações às Festas e ao Clube de Ténis do Montijo

No decorrer da reunião foram aprovadas, por unanimidade, duas saudações. A primeira, apresentada por Nuno Canta, a destacar o “sucesso” das Festas em Honra de S. Pedro. “A tradição na cidade do Montijo está viva e vibrante”, considerou o presidente da Câmara, classificando as celebrações como o “maior evento cultural no Montijo” e um “importante elemento de reforço dos laços afectivos” entre montijenses e visitantes.

Neste particular, destacou as visitas às festividades do Alcalde de Montijo, de Espanha, do vice-presidente da Câmara Municipal de Constância e da Banda da Sociedade Recreativa Nossa Senhora das Vitórias da Ilha de São Miguel nos Açores.

A segunda saudação, apresentada pela vereadora socialista Sara Ferreira, realçou o triunfo da equipa de sub-18 do Clube de Ténis do Montijo, que se sagrou Campeã Regional.

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