Ministério Público acusou arguidos de crimes de tráfico de pessoas para exploração laboral e auxílio à imigração ilegal
Um casal proprietário de uma herdade em Grândola prometeu boas condições de trabalho a uma família de nacionalidade brasileira, mas acabou por explorá-los com trabalho forçado, sem quaisquer condições.
O homem foi detido em Outubro de 2020, tendo ficado em prisão preventiva. Ontem, o Ministério Público acusou o casal de crimes de tráfico de pessoas para exploração laboral, auxílio à imigração ilegal e angariação de mão de obra ilegal, depois de terminada a investigação, conduzida pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Descobriu-se, assim, que o casal aliciou e facilitou a vinda das vítimas para Portugal, com garantias sobre a sua legalização e prometendo-lhes excelentes condições de trabalho e regalias. No aeroporto, quando chegou a território nacional, a família foi instruída pelos arguidos a informar as autoridades de que estariam de férias, para assim conseguirem entrar em solo português.
Os arguidos foram posteriormente buscar as vítimas ao aeroporto, albergaram-nas na sua herdade e não mais as deixaram sair. Definiram ainda as tarefas que estas deveriam executar, assim como os horários e salários. Contudo, o casal obrigava os ofendidos a trabalharem mais horas do que previamente fora estabelecido, não cumpriu com as promessas relativas aos pagamentos nem procedeu à respectiva legalização.
Com o passar do tempo, as vítimas foram ficando cada vez mais numa situação de dependência dos arguidos, os quais lhes recordavam com frequência que permaneciam ilegalmente no País.