Carlos Albino, presidente eleito pelo PS na Moita: “Havia um evidente desgaste de quem se perpetuava no poder”

Carlos Albino, presidente eleito pelo PS na Moita: “Havia um evidente desgaste de quem se perpetuava no poder”

Carlos Albino, presidente eleito pelo PS na Moita: “Havia um evidente desgaste de quem se perpetuava no poder”

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Novo presidente eleito promete relação de proximidade com a população. Carlos Albino explica triunfo no concelho

 

Carlos Albino, presidente eleito pelo PS na Câmara da Moita, no passado domingo, dá, a O SETUBALENSE, a primeira entrevista:

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A vitória do PS na Moita foi a grande surpresa das autárquicas no distrito. Como vê este resultado?

A vitória histórica que obtivemos é fruto de um longo trabalho, com reforço nos últimos anos, no contacto directo com as populações. Fomos ao encontro das pessoas, ouvindo os seus anseios e procurando apontar soluções adequadas e isso trouxe confiança. Havia um evidente desgaste de quem se perpetuava no poder e penso ter sido essa proximidade e, consequentemente, a necessidade de uma mudança urgente, que levou a que as pessoas acreditassem no nosso projecto e depositassem confiança em nós.

Que papel poderão ter os eleitos da CDU e do Chega no executivo? E os novos presidentes das juntas de freguesia?

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Essa é uma matéria que iremos, com certeza, discutir. O PS conta com todos os partidos para uma governação séria, pacífica e centrada nas pessoas, que são o que realmente importa. Para podermos solucionar os problemas das nossas populações tem de haver genuína disponibilidade de todos para apoiar as melhores decisões, respeitando a vontade do povo.

Nas freguesias, o factor mais importante para o sucesso de qualquer mandato é o trabalho conjunto, pelo que desejamos que exista disponibilidade de todos os novos autarcas. No caso das vitórias [obtidas], obviamente que traz ajuda acrescida porque temos visões políticas similares, mas isso não exclui o envolvimento dos outros eleitos, pelo contrário.

PS diz querer contar com todos os partidos para “uma governação séria, pacífica e centrada nas pessoas, que são o que realmente importa”

O que pretende mudar no município?

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Manter essa relação de proximidade, construir para a Moita o que sempre lhe faltou: projecto. Além de garantir melhores respostas no caso da higiene e limpeza públicas, manutenção de espaços verdes, estradas e arruamentos. É imperativo que tenhamos a visão de conjunto do concelho a fim de, gradualmente, dotá-lo dos equipamentos públicos de utilização colectiva necessários, envolver o movimento associativo e não prescindir da diplomacia junto da administração central, para conseguir parcerias que garantam o que é justo termos.

Pretendemos ser atractivos para a instalação de novas empresas, o que nos obriga a ter novas respostas de circulação que facilitem o escoamento das mercadorias. O rio – a nossa jóia da coroa –, terá de entrar nesta reviravolta que pretendemos dar. É um trabalho que não se faz de um dia para o outro, mas estamos cá para o implementar. Não quero ser um presidente de gabinete e é com as pessoas que iremos fazer as alterações que se impõem.

Das propostas apresentadas na campanha, quais são as prioridades?

Uma das áreas que mais nos preocupa é o acesso à habitação condigna a preços que as pessoas possam pagar. Pretendemos incentivar e promover a habitação de rendas acessíveis. Queremos também que as famílias tenham onde deixar os seus filhos e possam ir trabalhar descansadas, aumentando a cobertura do ensino pré-escolar. Consideramos urgente a limpeza das ruas e jardins, devolver o espaço público à dignidade e transformá-lo num sítio onde todos tenham prazer em estar.

“É urgente […] elaborar respostas rápidas que ponham termo às descargas irregulares que vão directas para o rio”

 

 

 

Como deseja solucionar os problemas que sempre apontou a nível ambiental e do saneamento?

É urgente conceber um plano, de implementação gradual, de inovadores sistemas de recolha de resíduos, para pôr fim a este problema. Assim como elaborar respostas rápidas que ponham termo às descargas irregulares que vão directas para o rio. Um rio que as populações deveriam poder usufruir na sua plenitude. O século XXI não é compatível com situações terceiro-mundistas. Não é possível fazer tudo ao mesmo tempo, mas haverá planeamento.

Com os projectos em curso, que herda do presidente comunista Rui Garcia, de que forma conta atrair mais investimento?

A máxima “juntos somos mais fortes” nunca fez tanto sentido. É preciso criar parcerias para que as nossas áreas industriais se modernizem e ganhem novas valências, criando um ambiente mais favorável para os investidores. Apoiar as empresas do concelho que, na sua maioria, são micro e pequenas. A autarquia tem um papel fundamental com a criação de um Gabinete de Apoio ao Empresário que ajude a identificar oportunidades de acesso a fundos, formação e apoios, que mais tarde se traduzirão em mais e melhor emprego. Também quero ajudar a que o Plano de Recuperação e Resiliência – a chamada bazuca -, seja uma oportunidade para os projectos estruturantes e nos ajude a dar a volta ao que encontramos.

Quais as prioridades em termos de acessibilidades e para quando a revisão do PDM?

Com a enorme procura que existe, neste momento, do nó de ligação da Moita à A33, é urgente desenvolver um conjunto de contactos de forma a criar alternativas, como a construção de um novo nó de acesso à auto-estrada que, não só desbloqueie os constrangimentos existentes, mas que crie um novo canal de acesso, que serviria as zonas industriais já existentes em Alhos Vedros. É igualmente importante tirar partido do que hoje está estabelecido no Plano Director Municipal (PDM), para a construção da Circular Externa da Moita (CREM), privilegiando as ligações aos concelhos vizinhos, nomeadamente ao Barreiro. É também preciso criar verdadeiras redes de ciclovias por todo o território e percursos pedonais qualificados, devidamente iluminados e sinalizados. Além disso, neste mandato, existe a obrigatoriedade de rever o PDM.

O município tem vários problemas de âmbito social, como a falta de emprego. Qual a sua aposta a este nível?

A esse nível, no topo das nossas prioridades, está a captação de empresas geradoras de mais e melhor emprego local, regulamentando a atribuição de incentivos municipais à fixação de empresas. Uma das áreas que tem que ser olhada com outros olhos é o Turismo. Temos que tirar partido da nossa ligação ao rio, das tradições, da história e do papel importantíssimo da sua situação geográfica.

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