O orçamento camarário de Almada para 2019 inscreveu uma verba de seis milhões de euros para a limpeza urbana. Mesmo assim não evitou a fricção política entre a actual governação socialista da Câmara e a CDU que perdeu o bastião almadense nas últimas autárquicas
A vereadora da higiene urbana na Câmara de Almada, Teodolinda Silveira (PS), revelou um orçamento para 2019 de seis milhões de euros para a limpeza do concelho, no distrito de Setúbal, além de nova frota e contratação de 70 funcionários.
“Temos em orçamento seis milhões de euros, verba nunca existente nesta câmara para a área da limpeza urbana”, disse à agência Lusa Teodolinda Silveira.
Além disso, a vereadora avançou que vão chegar em breve oito viaturas para a recolha de resíduos, provenientes de um concurso público de “há quase dois anos” e de outros sete veículos para a limpeza urbana.
Segundo Teodolinda Silveira, a câmara de Almada dispunha de 23 viaturas, mas apenas nove continuam operacionais.
Outra necessidade da autarquia são os recursos humanos, até porque, de acordo com a vereadora, estes estavam “completamente desajustados das necessidades do município”, informando que está em curso o recrutamento “de cerca de 70 cantoneiros e motoristas”.
Em declarações à agência Lusa, a CDU de Almada apontou que este primeiro ano de mandato do Partido Socialista tem sido caracterizado por “inúmeros problemas e dificuldades” na gestão da limpeza urbana.
A concelhia indicou, assim, que há uma “ineficiente actuação ao nível da recolha de resíduos”, situações de acumulação de lixo e que o município não conseguiu “garantir a recolha diária de resíduos” no verão passado.
A vereadora da câmara de Almada contrapôs esta ideia, afirmando que “não existe nenhum problema de limpeza em Almada”, mas sim que o concelho teve um aumento populacional no verão, o que, aliado a uma frota “completamente obsoleta”, criou constrangimentos pontuais.
Teodolinda Silveira negou também a acusação de que nem sempre foi efectuada a recolha de resíduos.
“Todos os dias saem nove viaturas, que são as que podemos meter na rua, não temos mais. Às vezes até prolongam o seu trabalho para podermos responder, portanto, há obviamente recolha diária. A afirmação carece de fundamento. Se me perguntar se é feito tudo como gostaríamos, não é, mas no fim do ano que vem vamos de certeza fazer tudo para que o serviço que estamos a prestar seja com mais qualidade”, sublinhou.
Para a CDU, os principais problemas são a “falta de recursos humanos e meios técnicos” para assegurar este serviço, referindo que o actual executivo “despediu 51 trabalhadores” que actuavam nesta área.
A vereadora explicou, neste sentido, que a falta de recursos humanos é um problema que está a ser colmatado com a contratação de novos funcionários, frisando que o despedimento de 51 pessoas “foi uma situação criada pela CDU”, no anterior executivo.
“Quando cá chegamos encontrámos 51 trabalhadores em contratos sazonais precários e essa é outra situação que nós queremos acabar. E estes 70 que estamos a recrutar são contratos no quadro”, informou.
Segundo Teodolinda Silveira, no próximo ano a autarquia também pretende realizar campanhas junto dos munícipes de forma a sensibilizar para a reciclagem, assim como alargar o projecto porta-a-porta (que recolhe materiais reciclados) e expandir o número de contentores enterrados.
“Estamos convencidos de que no próximo ano vai dar os primeiros frutos e que alterámos para melhor a limpeza urbana do concelho, que é uma das vertentes mais importantes. É a cara do município”, afirmou.
Lusa