Barreiro ‘converte’ terminal em ninho de empresas

Barreiro ‘converte’ terminal em ninho de empresas

Barreiro ‘converte’ terminal em ninho de empresas

“Terrenos da Baía do Tejo são local de excelência para empresas que vão acompanhar o aeroporto”, diz vereador que acrescenta ainda que a localização do território, face a Lisboa, trará sempre boas perspectivas de futuro para o Barreiro

 

Os terrenos industriais da Baía do Tejo, onde a Administração do Porto de Lisboa planeava construir o Terminal Logístico de Contentores do Barreiro, não vão ficar vazios.
Em declarações a O SETUBALENSE, Rui Braga, vereador responsável pelo Departamento de Planeamento, Gestão Territorial e Equipamento na Câmara do Barreiro afirma que, agora, “os terrenos vão estar disponíveis para receber empresas, cujo sector de negócio venha a gravitar em torno do aeroporto do Montijo”.

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Para o vereador esta é uma reconversão que faz todo o sentido, “tendo em conta a proximidade do concelho ao futuro aeroporto e a perspectiva de as pontes rodoviárias entre o Barreiro, Montijo e Seixal se concretizarem”. Sendo que as mesmas já foram, inclusive, confirmadas pelo primeiro-ministro, no conjunto de acessibilidades que acompanham o projecto do aeroporto do Montijo.

“Por isso, o mais importante neste momento é manter os terrenos disponíveis para receber novas propostas de desenvolvimento. E foi isso que quis dizer a semana passada, quando referi que temos de fechar a porta ao Terminal de Contentores e pensar no futuro do Barreiro”, esclarece Rui Braga.

Quanto ao tempo e investimento financeiro dedicado ao Terminal nos últimos três anos, Rui Braga defende que “nunca será dado como perdido”.

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O executivo PS que assumiu funções na Câmara em 2017 acompanhou o desenvolvimento do projecto, incluindo o redesenho do mesmo, em 2018, após o primeiro indeferimento da Agência Portuguesa do Ambiente, devido à localização do terminal na frente ribeirinha, próximo à Avenida Bento Gonçalves, também conhecida por Avenida da Praia. Na época surgiu então a hipótese de os terrenos industriais da Baía do Tejo receberem o projecto.

“Nestes três anos”, explica Rui Braga, “a Câmara do Barreiro integrou um consórcio, do qual também faz parte a Baía do Tejo, e que desenvolveu um trabalho de equipa sobre diferentes soluções para o Barreiro, para que fosse possível trabalhar em diferentes vertentes, fosse qual fosse o futuro”.

No fim, Rui Braga assume que, “ficou a experiência e um conjunto de ideias que entram agora em campo, para que o Barreiro possa acompanhar o desenvolvimento da região”. Isto, com ou sem aeroporto.

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“Afinal, o concelho deve conquistar sustentabilidade, independentemente dos grandes projectos nacionais que possam vir a encontrar o seu lugar na margem do sul do Tejo”. Porque, no caso de os terrenos industriais da Baía do Tejo viram a receber mais empresas, “essa será uma posição estratégica, com ou sem o novo aeroporto no Montijo, devido à proximidade com Lisboa”, explica.

Uma semana depois de se tornar público o indeferimento do projecto pela Agência Portuguesa do Ambiente e do ministro das Infraestruturas e Habitação afirmar que o projecto não prosseguirá, o Barreiro não baixa os braços e coloca a primeira proposta em cima da mesa. Quanto a outros planos que o Governo possa ter para os terrenos industriais da Baía do Tejo, a Câmara Municipal desconhece.

A Administração do Porto de Lisboa, promotora do projecto do Terminal Logístico de Contentores, permanece em silêncio quanto a um possível recurso ou redesenho do projecto e sobre qual será a solução para completar a capacidade logística da região, que até 2026 estará esgotada.

PCP insiste em reestruturação do projecto

Sobre o Terminal Logístico de Contentores, em comunicado o PCP afirma a urgência de se reconsiderarem medidas que assegurem o desenvolvimento daquela infra-estrutura. Medidas que tornem o projecto “compatível com a qualidade de vida das populações, a defesa dos valores naturais e com o desenvolvimento daquela região e do país”.

Para o PCP “o desenvolvimento do país reclama o investimento no sector portuário, potenciando os diferentes portos nacionais numa lógica de complementaridade”, o que seria possível com a “dinamização mais ampla das duas margens do Tejo, ampliando a sua capacidade, modernizando a sua operação, redinamizando a actividade produtiva e requalificando aquele território”. Uma ideia que foi ganhando força com este projecto ao longo dos últimos anos.

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