Agrupamento musical tem mais de 30 elementos, com idades entre os 11 e os 62 anos. Objectivo é formar filarmónicos
A Banda Académica da Escola de Música da Academia Musical União e Trabalho (BAEMA) de Sarilhos Grandes é um dos mais recentes projectos culturais que veio enriquecer o concelho do Montijo. Completou no passado dia 14 um ano desde o concerto de estreia.
O objectivo do novo agrupamento musical, diz António Bravo, 52 anos, director e coordenador pedagógico da Escola de Música da AMUT desde Setembro de 2016, centra-se na “formação exclusiva de músicos filarmónicos”. O também professor, compositor, maestro e instrumentista sublinha ainda que a BAEMA “é uma antecâmara da Banda Filarmónica da AMUT”.
Como e quando surgiu a ideia de criar a banda académica?
No início do ano lectivo de 2019/2020 a Escola de Música, da Academia Musical União e Trabalho (AMUT) de Sarilhos Grandes, alargou a sua oferta formativa criando uma classe sénior de alunos. De modo a que estes pudessem participar nas apresentações regulares da Escola de Música da AMUT, a ideia inicial prevista para esse ano, de se criar uma Banda Juvenil, evoluiu rapidamente para uma nova ideia, a criação de uma Banda Académica de média/grande dimensão que incluísse todos os alunos. Surgiu assim a Banda Académica da Escola de Música da AMUT (BAEMA) que realizou o seu concerto inaugural em 14 de Dezembro de 2019.
Quantos elementos engloba?
A BAEMA foi pensada e criada com uma formação base que pode numa primeira fase variar entre os 30 e os 36 alunos, dependendo este número das disponibilidades dos seus elementos, pois são todos músicos amadores.
Entre que idades?
As idades dos elementos que integram este projecto musical vão desde os 11 aos 62 anos.
O projecto é gratuito para os praticantes?
Desde o primeiro momento em que assumi a direcção e coordenação pedagógica deste projecto que me pareceu importante incutir e incentivar o sentido de responsabilidade e de compromisso nos alunos da Escola de Música da AMUT. É assim condição que todos os alunos paguem uma pequena mensalidade, que representa uma ajuda (insuficiente) no custo de despesas com material didático (métodos e fotocópias), manutenção de instrumentos e com o pagamento (simbólico) das aulas dadas pelos monitores. Todos os alunos têm ainda a possibilidade de fazer parte da Banda Académica da Escola de Música da AMUT e de praticarem classes de conjunto sem custo suplementar por essa oferta formativa.
Quantos ensaios realizam por semana?
Um ensaio geral semanal, sendo que durante a semana normalmente são realizados diversos ensaios de naipe e aulas individuais de modo a preparar os diversos repertórios em estante. Neste momento a nossa actividade (aulas, ensaios e actuações) está suspensa devido à conjuntura pandémica.
Como se complementa esta banda académica com a filarmónica existente?
A Banda Académica da Escola de Música da AMUT é uma antecâmara da Banda Filarmónica. É na BAEMA que se executam repertórios especificamente seleccionados para permitir que os alunos desenvolvam e melhorem as valências artísticas e competências técnicas. Pretende-se com esta acção promover uma melhor capacidade de adaptação e uma evolução mais sólida e abrangente dos alunos que venham a integrar a Banda Filarmónica da AMUT.
Que tipo de repertório apresentam ou para qual se sentem mais vocacionados?
O repertório da BAEMA pela sua diversidade e abrangência permite-lhe responder a um vasto leque de solicitações performativas. Dispomos de um repertório didático para actuações em contexto escolar e de um repertório muito mais vasto de concerto que inclui desde as composições de música erudita às composições de música ligeira, sem excluir as tão emblemáticas marchas de desfile e os tão apreciados pasodobles.
Em que pé esperam que esta banda possa estar dentro de alguns anos?
O futuro é hoje uma enorme incógnita e atendendo ao momento que vivemos não me parece sensato estar a definir objectivos a médio/longo prazo para um projecto que vive essencialmente da proximidade e da interacção entre as pessoas…
Ideias e pensamentos existem muitos. Desde que iniciámos este projecto já conseguimos tocar de forma positiva as vidas de muita gente. Este projecto é muito mais do que uma escola de música, é um projecto de inclusão onde simultaneamente se formam músicos e cidadãos. Se este tipo de projectos for compreendido, sentido e apoiado pela comunidade onde se insere (dinamizadores locais, patrocinadores, mecenas), pelo Ministério da Cultura, pela Câmara Municipal, pela Junta de Freguesia, poderá continuar a crescer, elevando o nome de Sarilhos Grandes e do Montijo bem alto. Muito importante é que a sociedade e as suas forças vivas não deixem de apoiar colectividades como a AMUT e outras instituições de utilidade pública que prestam um importante e valioso serviço à comunidade e ao País. É agora que as ajudas são necessárias.
O que faz mais falta neste momento para que o projecto possa consolidar-se?
Terá de continuar a contar com o apoio de várias entidades competentes. Desde logo ao nível de apoios financeiros suficientes para a manutenção da escola de música (materiais didáticos, manutenção de instrumentos, pagamentos a monitores, aquisição de novos instrumentos) e ao nível da dinamização cultural através de convites para actuações e de apoio logístico a essas apresentações.
Como gosta de definir esta banda?
É um agrupamento musical com um nível artístico bastante interessante, pois tem um bonito timbre, toca afinada e interpreta as obras com total respeito pelas indicações musicais expressas pelos compositores e arranjadores.
É uma equipa fantástica formada por excelentes pessoas e bons músicos que criam entre si um ambiente alegre e descontraído. O futuro pode vir a ser muito promissor e interessante para este projecto, o potencial existe! E tem sido um prazer e uma honra privar, trabalhar e fazer música com todos eles.