RANKING DAS 2 000 MAIORES EMPRESAS DO DISTRITO. Resultados do último ano deixam a nu retracção dos mais diversos mercados, sentida pelo sector empresarial da região
Volkswagen Autoeuropa, The Navigator Company e Infraestruturas de Portugal (IP) continuam a ser, respectivamente, as empresas do Distrito de Setúbal com maior volume de negócios. Somam, juntas, cerca de 30% do total das duas mil maiores empresas da região neste indicador económico, o qual sofreu no último ano uma quebra significativa de quase 1,1 mil milhões de euros. No global, os resultados líquidos diminuíram cerca de 167 milhões de euros.
De acordo com o Ranking das 2 000 Maiores Empresas do Distrito de Setúbal referente a 2023, elaborado pela consultora Iberinform Portugal – com base na Informação Empresarial Simplificada (IES) –, registaram-se no top 10 alterações em todos os lugares abaixo do pódio.
A fábrica de automóveis instalada em Palmela está há muito consolidada na liderança do ranking. Registou um volume de negócios na ordem dos 3,5 mil milhões de euros, o que se traduziu numa quebra de 4,4% (menos 164 milhões) face a 2022. Ainda assim, os resultados líquidos na ordem dos 49,3 milhões de euros, que corresponderam a um crescimento de 5,74%, mantiveram a tendência positiva verificada um ano antes (7,57%) neste indicador.
De “pedra e cal” no 2.º lugar segue a Navigator Company – “eterna” segunda maior empresa do distrito –, que, em 2022, havia ameaçado como nunca a liderança da Autoeuropa, mas que, em 2023, averbou descidas acentuadas quer no volume de negócios, ao passar de 3,5 mil milhões para 2,6 mil milhões de euros (uma diminuição de 24,68%), quer nos resultados líquidos. Neste último indicador, a produtora de papel sediada em Setúbal teve uma variação negativa de 29,96%, ao cair de 392,5 milhões para 274,9 milhões de euros – todavia, se não se levar em linha de conta o surgimento da Herdade do Pinheirinho II Sic Imobiliária Fechada (15.ª na listagem), a Navigator Company continua a ser a única empresa da região a apresentar lucros na casa das centenas de milhões de euros.
A Infraestruturas de Portugal fecha o pódio. A empresa sediada em Almada e responsável pela gestão das redes rodoviária e ferroviária foi a única, entre as três primeiras da listagem, a crescer no volume de negócios: passou de 1,13 mil milhões para 1,16 mil milhões de euros, uma variação positiva de 2,17%. Porém, foi uma das três empresas que figuram no top 10 a registar prejuízos, ao apresentar nos resultados líquidos 18,7 milhões de euros negativos que comparam com os 47,7 milhões positivos verificados em 2022 (uma variação negativa de 139,29%).
Resultados negativos e três entradas directas
Uma das principais alterações no top 10 do ranking foi protagonizada pela Midsid, empresa ligada ao comércio de tabaco instalada em Alcochete, que saltou do 6.º para o 4.º lugar com um volume de negócios de 656,5 milhões de euros (um crescimento de 8,61%). Os resultados líquidos ascenderam a pouco mais de 4 milhões de euros (+23,99%).
Em sentido inverso, a Navigator Paper Setúbal, produtora de papel e cartão, que um ano antes se havia destacado por ter alcançado o maior crescimento no volume de negócios entre as 10 maiores empresas da região, foi aquela que, no referido lote, sofreu agora a segunda maior queda neste indicador (-27,72%), já que a “facturação” passou de 832,6 milhões para 601,8 milhões de euros e baixou do 4.º para o 5.º posto. Os resultados líquidos de 42,8 milhões de euros reflectiram uma variação negativa de 55,07%.
Com um volume de negócios de 567,1 milhões de euros (-14,55% face a 2022) surge na 6.ª posição a Siderurgia Nacional, sediada no Seixal e dedicada ao ramo siderúrgico e à fabricação de ferro-ligas. Apresentou 1,1 milhões de euros nos resultados líquidos, correspondente a uma variação negativa de 91,59% em relação ao ano anterior.
O maior crescimento observado no volume de negócios no top 10 (na ordem dos 16,07%) foi alcançado pelo Aldi, com 539,6 milhões de euros. Instalada em Alhos Vedros, Moita, a empresa ligada ao comércio em supermercados, passou a ocupar o 7.º lugar do ranking (ganhou uma posição). Mas, foi uma das três empresas que neste grupo apresentaram resultados líquidos negativos (-17,7 milhões de euros), apesar de ter atenuado essa tendência também verificada um ano antes com uma variação positiva de 7,23%.
Segue-se a Repsol Polímeros, que registou a maior queda no top 10 (caiu do 5.º para o 8.º posto). A empresa sediada em Sines, e responsável pelo fabrico de matérias plásticas sob formas primárias, foi aquela que teve maior diminuição no volume de negócios (41,88%), ao passar de 814,3 milhões para 473,3 milhões de euros. E foi também aquela que acumulou maior valor de resultados líquidos negativos, na ordem dos 332 milhões de euros (uma variação negativa de 1580% face a 2022).
Os dois últimos lugares do top 10 tiveram entradas directas. O 9.º lugar é ocupado pela Megaço – Produtos Siderúrgicos, que registou um volume de negócios de 381,1 milhões de euros (-23,48%), e à 10.ª posição ascendeu a Benteler, empresa dedicada ao fabrico de acessórios para automóveis, com 307,4 milhões de euros (-4,04%) no mesmo indicador. Ambas estão instaladas em Palmela.
O total de volume de negócios apresentado pelas duas mil maiores empresas do distrito, em 2023, ascendeu a pouco mais de 24,4 mil milhões de euros (menos cerca de 1,1 mil milhões face a 2022). No global, os resultados líquidos cifraram-se nos 867 milhões de euros (menos cerca de 167 milhões).
IBERINFORM Consultora opera há oito anos em Portugal
A IBERINFORM Portugal, responsável pela elaboração do ranking, instalou-se no território luso em Setembro de 2016, na sequência da aquisição de 80% do capital da Ignios pela IBERINFORM Internacional. A consultora é filial da Crédito y Caución, que oferece soluções de gestão de clientes para as áreas financeiras, de marketing e internacional. Fornece bases de dados para a identificação de novos clientes e ferramentas que visam facilitar a gestão de riscos, a análise e acompanhamento de clientes ou sectores.