Volkswagen Autoeuropa destaca estar a realizar “um conjunto de investimentos na área ambiental que reduzirão as suas emissões de dióxido de carbono”
A Autoeuropa considerou esta terça-feira que os investimentos que tem previstos na área ambiental lhe deveriam permitir manter a liderança do consórcio Drivolution, financiado pelo PRR e que teve que abandonar por não cumprir um requisito ambiental.
“No entender da Volkswagen Autoeuropa, os esforços que empresa se propõe fazer, por via dos investimentos previstos, permitir-lhe-iam assinar a respectiva declaração de cumprimento do princípio DNSH e consequentemente manter a liderança do consórcio”, sustenta a empresa numa resposta escrita enviada à agência Lusa.
“Lamentamos que, à luz do actual sistema de medição de emissões, previsto para cumprimento do princípio do DNSH em vigor no país, a Volkswagen Autoeuropa não seja considerada entidade elegível no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], o que na prática significa a saída da empresa do consórcio Drivolution”, acrescenta.
O cumprimento do normativo ambiental do “Do No Significant Harm” (DNSH) é exigido a todas as empresas que participem em projectos viabilizados por verbas do PRR, como é o caso do Drivolution, um consórcio que junta cerca de 20 empresas e 20 organismos do sistema científico e tecnológico com vista à transformação industrial rumo à “fábrica do futuro”.
O jornal Público avança hoje que a Autoeuropa se viu obrigada a sair do consórcio, que liderava, e será substituída por outra empresa do ramo automóvel, que já faz parte do consórcio e assumirá a liderança.
Este consórcio pretendia investir cerca de 168 milhões de euros, dos quais 145 milhões provenientes das empresas, sendo a Autoeuropa o principal contribuinte, com 68 milhões de euros, mas o uso de gás natural na pintura do modelo T-Roc terá obrigado a fábrica de Palmela a desistir do projecto.
Na resposta hoje enviada à Lusa, a Volkswagen Autoeuropa destaca estar a realizar “um conjunto de investimentos na área ambiental que reduzirão as suas emissões de dióxido de carbono (CO2) em cerca de 85% entre 2021 e 2027”.
Segundo salienta, “estes investimentos, assim como os que estão previstos para o futuro próximo, comprovam que a preservação do ambiente é um objectivo central na estratégia de negócio da Volkswagen Autoeuropa”.
Entre estes, a empresa nomeia a electrificação de equipamentos de caldeiras e incineradores, que apresenta como uma “medida de excelência prevista na política Europeia e Nacional para a descarbonização”.
Apesar da sua saída do Drivolution, a Autoeuropa enfatiza que o consórcio pretende apresentar proposta de manutenção e viabilização do projecto, numa “iniciativa que a Volkswagen Autoeuropa apoiará, atendendo, designadamente, à participação de entidades do universo académico e do sector empresarial português em projectos de desenvolvimento tecnológico sustentável, aportando factores para os quais a Volkswagen Autoeuropa sempre se empenhou em contribuir”.