Associação critica operação camarária para recuperação do Moinho Grande

Associação critica operação camarária para recuperação do Moinho Grande

Associação critica operação camarária para recuperação do Moinho Grande

Membros acusam autarquia de “arrasar” elemento arqueológico. Projecto contraria posição

 

A Associação Barreiro Património Memória e Futuro (ABPMF) emitiu na última quinta-feira, uma declaração sobre o início das obras da autarquia para recuperação do Moinho Grande, na zona de Alburrica. “A obra começou e o evitável aconteceu: o moinho grande foi arrasado”, lamenta, afirmando que desta forma a “mina de ouro” que “é o nosso património arqueológico industrial desaparecerá”, alerta.

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Os membros da associação reconhecem que “é necessário o restauro e conservação deste tipo de paisagens”, mas “não podemos, nem devemos fazê-lo ignorando a sua importância”, sublinham em comunicado. Garantem ainda terem endereçado um pedido de esclarecimento à Câmara do Barreiro, sobre várias questões relacionadas com as obras, tendo recordado que “até hoje [continuam] sem resposta”.

Início dos trabalhos no terreno originaram críticas por parte da Associação Barreiro Património Memória e Futuro

Alburrica é “um caso único no país, merecia atenção, estudo, cuidado, sensibilidade, atributos que parecem escassear”, ressalvam, acrescentando que “o que está a ser feito não respeita a componente ambiental”. Naquela zona ribeirinha, defendem, “está concentrada parte muito significativa da nossa história e património, da nossa identidade”, considerando que a “coesão social” e a “criatividade” são “fundamentais ao desenvolvimento sustentável”.

A associação acredita que “ninguém quer isto, só quem desconhece a importância do passado que herdámos e a existência de boas práticas”, afirmando que “como constatamos, não vale tudo, não se pode fazer por fazer, não é igual a estender betão”, critica a ABPMF. “Cumpre-nos defendê-lo, para que tenhamos um futuro mais humano, socialmente mais coeso e, economicamente, melhor, contribuindo de forma séria para os efeitos das alterações climáticas”, concluem.

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Projecto do município contraria acusações

A reabilitação do Moinho Grande pelo município, recorde-se, prevê “a recuperação de comportas de águas e mecanismos originais”. Em Novembro do ano passado, o vereador responsável pelas Obras Municipais, Rui Braga, considerou a operação “uma requalificação importante na nossa cidade que visa a recuperação do nosso património moageiro”, tendo salientado que “em breve os barreirenses poderão usufruir de mais um espaço requalificado na cidade e ficar a conhecer um pouco da nossa história”.

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Obras para recuperação do Moinho Grande de Alburrica foram iniciadas recentemente

Em comunicado, a autarquia referiu nessa altura que, de acordo com o projecto de execução de arquictetura, os “objectivos desta recuperação enquadram-se em todos os parâmetros do instrumento de gestão urbanística em vigor”, podendo ser “autorizada a construção de estruturas de apoio à actividade cultural, recreativa e desportiva”.

Entre os diversos parâmetros, a autarquia acrescenta que “o local, objecto de obra”, não está “em Reserva Agrícola Nacional” e que “todos os aspectos arquitectónicos serão salvaguardados”.

“O projecto visa a recuperação integral do Moinho, com tudo o que implica uma requalificação de um edifício ímpar e histórico, que embora pouco documentado, remonta a 1652”, realça a câmara, que após a operação de recuperação integral deste espaço, pretende “promover a visitação e utilização social do equipamento, melhorando a sua imagem a nível ambiental e estético, valorizando-o como símbolo cultural” do concelho.

No futuro, pretende ainda dotar o espaço de “condições para acolher um percurso interpretativo que permite realizar uma viagem no tempo”, para usufruto dos barreirenses, que “poderão desfrutar futuramente da zona exterior de lazer”.

“Pormenorizado e extenso”, o projecto de arquitectura inclui “a reedificação em alvenaria dos muros”, assim como “a recuperação de comportas, desde as fundações, assentes sobre estacas de madeira originais”.

Também a caldeira e a respectiva zona envolvente ao moinho “serão alvo de objecto de projecto paisagístico que incluirá” a “plantação de espécies diversas fluviais e marítimas”, com a colocação no local de “plataformas nas margens das caldeiras, incluindo pontões/ miradouros” para “mergulho e outras actividades de lazer pedonais e cicláveis”. O Moinho Grande terá terminado a sua actividade no ano de 1892.

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