25 Julho 2024, Quinta-feira

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Assobiador leva região além-fronteiras

Assobiador leva região além-fronteiras

Assobiador leva região além-fronteiras

Promoção do sobreiro "casamenteiro" faz parte da estratégia de dinamização comercial de Águas de Moura

Plantado em 1783, é considerado o maior sobreiro do mundo e o que já produziu mais cortiça

 

O som, inconfundível, graças ao cantar de inúmeras aves que pousam nas suas ramagens, deu-lhe o nome de “assobiador”. As suas cores são de cortar a respiração e a sua altura impressiona. Faz 238 anos. Falamos do sobreiro de Águas de Moura, concelho de Palmela, inscrito no Livro de Recordes do Guinness como a maior árvore da espécie do mundo.

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Pensa-se que terá feito parte de uma extensa área de montado, mas não se sabe quem o plantou. Passados mais de dois séculos, viu nascer e crescer inúmeras famílias da região, com os jovens casais a apaixonarem-se debaixo da sua copa, que atinge hoje cerca de 19 metros de altura. O perímetro do tronco é superior a cinco metros.

Para a Câmara de Palmela, o sobreiro “casamenteiro”, como é também carinhosamente apelidado, representa “um marco na paisagem e na comunidade, que se orgulha desta árvore distinta e monumental”. “Antigamente era procurado por famílias de etnia cigana, nómadas, para a realização de casamentos, à sombra da sua enorme copa”, explicou fonte da autarquia a O SETUBALENSE.

Classificado como “Árvore de Interesse Público” desde 1988, o histórico exemplar requer manutenção constante, promovida pelo município, “com a orientação e autorização do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF)”. Desta forma, deve ser o ICNF a aprovar “as operações de beneficiação do sobreiro, como a sua desramação ou a poda de formação ou sanitária”.

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“Por se tratar de um exemplar ‘idoso’, é alvo de vistorias regulares por parte dos serviços, que decorrem com frequência bimestral, sensivelmente, para verificação do seu estado fitossanitário e as intervenções são determinadas, em colaboração com o ICNF, em função das patologias que possam ser identificadas”, esclareceu a mesma fonte.

Mais de uma tonelada de cortiça de cada vez

É igualmente reconhecido por ser o “mais produtivo do mundo”, uma vez que, só em 1991, a extracção de cortiça foi de 1200 quilos, quantidade suficiente “para o fabrico de mais de cem mil rolhas”. Desde 1820, o sobreiro “assobiador” foi descortiçado mais de vinte vezes.

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“Reconhecendo a sua importância, e no âmbito das políticas de valorização do património natural, o município de Palmela concluiu, em 2017, uma obra de requalificação do espaço envolvente, com o objectivo de proteger, valorizar e dar visibilidade a esta árvore, criando, em simultâneo, melhores condições para a sua contemplação e fruição”.

Com estas melhorias, muitos são actualmente “os adeptos de turismo de natureza que se deslocam ali propositadamente para conhecer esta árvore”.

“A sua promoção integra um dos eixos do Programa de Dinamização da Baixa Comercial de Águas de Moura, que tem vindo a ser implementado pela Câmara Municipal de Palmela, a União das Freguesias de Poceirão e Marateca e agentes económicos locais, no âmbito de uma estratégia de turismo sustentável”, acrescenta também fonte do município.

Árvore Europeia do Ano 2018

O Sobreiro “Assobiador”, de seu nome científico ‘Quercus suber’, foi distinguido, em 2018, como “Árvore Europeia do Ano”. Entre mais 12 árvores, foi o grande vencedor, tendo conseguido recolher mais de 26 mil votos.

2018 foi o primeiro ano que Portugal participou na competição, tendo conseguido alcançar este resultado graças à grande mobilização da comunidade local do País. “Este resultado, que contribuiu para valorizar esta árvore, tão importante para muitas gerações de famílias da região, sublinha a importância do montado de sobro português e da floresta autóctone”, considera a Câmara de Palmela.

Em 2021, a árvore escolhida para representar Portugal no concurso europeu foi o Plátano de Portalegre, tendo alcançado o 4.º lugar com 37 mil votos. No pódio ficaram espécies de Espanha, Itália e Rússia, com 104 mil, 78 mil e 66 mil, respectivamente.

 

 

 

 

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